Vários fatores, neste momento, estão apontando justificado otimismo em relação ao bom desempenho da economia brasileira. Há uma convergência de entusiasmo vinda de vários setores, embora alguns segmentos e análises prefiram manter cautela, na explicação de que um aumento de consumo, de elevação de emprego e renda, possa representar um risco para crescimento da inflação.
Mas não existe, pelo menos agora, ninguém que seja capaz de apostar que o país pode interromper o crescimento que visivelmente está apresentando e perder, como em passado recente, o controle das contas públicas, contribuindo para um mal desempenho das finanças e contaminação das atividades empresariais.
Pelo contrário, numa previsão otimista, o Fundo Monetário Internacional projetou ontem que, se se confirmar o bom desempenho que vem ostentando, o Brasil passará da 9ª para a 8ª posição no ranking das maiores economias mundiais já neste ano de 2024.
Isso acontecendo, nosso país ultrapassará a Itália, ficando à frente de nações historicamente fortes economicamente, como Canadá, Rússia, México, Austrália e Coreia do Sul. Isso contribui de maneira acentuada para melhorar a imagem do Brasil perante o mundo, condição que foi duramente afetada entre 2017 e 2022, um amargo período de 6 anos de estagnação e desacerto.
A última vez que o Brasil esteve na posição de 8ª maior economia do mundo foi em 2017. O FMI voltou a subir a projeção do PIB do Brasil, saltando de uma previsão anterior de 1,7% para 2,2% neste ano, ante uma previsão de crescimento de 3,2% da economia global. Para 2025, o Fundo prevê também aumento do PIB brasileiro, de 1,9% para 2,1%.
Outro aspecto positivo que a economia vem apresentando diz respeito à inflação, cujo aumento é insinuado por certos segmentos do mercado e por analistas econômicos, que chegam a defender que a redução das taxas de juros Selic tenha sua movimentação interrompida.
Mesmo em face de algum pessimismo setorial, o próprio mercado projeta uma inflação de 3,71% para 2024, um percentual abaixo do que foi projetado há uma semana, que era de 3,76%. Há quatro semanas, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) considerava que a inflação oficial do ano fecharia em 3,79%.
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que está nos Estados Unidos apresentando a empresários norte-americanos as oportunidades de investimentos que o Brasil oferece ao mundo, revelou bastante otimismo e demonstrou segurança ao dizer que o país anda no caminho certo e que tem todas as vantagens para firmar-se cada vez, sobretudo com a oportunidade que possui de liderar a transição energética no mundo.
Haddad participa em Washington de reuniões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, com o grupo das 20 maiores economias do planeta, mais a União Europeia e União Africana, em que expõe as vantagens brasileiras para investimentos estrangeiros, e busca a adesão dessas importantes nações à Ação Global proposta pelo Presidente Lula para o Combate à Fome e às Desigualdades no Mundo, que deverá resultar num acordo entre esses países durante o encontro mundial do G20 que ocorrerá em novembro no Rio de Janeiro.
Além da importante Ação Global Contra a Fome, Haddad voltou a defender um esforço concentrado e integrado para ações na recuperação ambiental do mundo e pregou a necessidade de taxação das grandes fortunas, uma meta com a qual está empenhado no sentido implantar no Brasil e que terá, se adotada mundialmente, um significativo papel no financiamento de projetos e ações no combate à fome, na redução das desigualdades e na própria recuperação ecológica do planeta, que vive sobre profundas ameaças.