José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Assustado, “mercado” quebra a cara com bom desempenho do Brasil

Análise das previsões econômicas para 2023 revela um abismo entre as projeções pessimistas e a realidade dos números. O desempenho brasileiro surpreendeu, revelando uma trajetória completamente oposta ao cenário catastrófico previsto.

 

Os números reais, sobre os quais ninguém pode colocar dúvidas ou impor interpretações, estão a cada dia mostrando que o chamado “mercado” errou feio sobre o desempenho dos mais diversos segmentos da economia brasileira durante o ano de 2023. Na virada de 2022 para 2023- quando o Presidente Lula se preparava para assumir o comando do país pela terceira vez, derrotando o presidente que quatro anos antes esse mesmo mercado havia escolhido como a salvação nacional-, as previsões sobre a nova gestão do PT eram as mais negativas possíveis. 

Os líderes desse ente invisível, esse misterioso gigante de olho cego, traçavam as mais cruéis perspectivas para o Brasil, partindo da elevação do dólar frente ao real, de inflação em alta, PIB em queda, bolsa enfraquecida, segmentos produtivos desaquecidos, desemprego acelerado, e a balança comercial com saldo negativo nas suas relações com o mundo.  

Quem, hoje, tem a curiosidade de olhar para o primeiro Boletim Focus de janeiro de 2023, vai encontrar todos os cenários de desgraça: a previsão era de um dólar acima de R$ 5,27, um Produto Interno Bruto bem fraquinho, na ordem de 0,8%, inflação em alta, fora da meta, e uma taxa de juros mínima de 12,25%. Na real, agora, o  dólar está em R$ 4,85, o PIB deve ficar um pouquinho acima de 3%, o  Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 4%, e a taxa de juros básicos Selic caiu para 11,75%. A previsão de que o Ibovespa não passaria de 126 mil pontos, foi outro tapa na cara do mercado, pois o índice acumulou seu maior valor histórico, ultrapassando os 132 mil pontos. 

O que mais deve ter surpreendido o cego mercado foi a elevação do Produto Interno Bruto nacional. Sair de uma previsão de 0,8%, que era o índice de crescimento que eles esperavam para o BIP brasileiro, para um patamar próximo de 3% (2,92% conforme o último levantamento), significa crescer quase quatro vezes mais do que o que projetaram, algo difícil para se encontrar explicação plausível, capaz de que superar má-vontade associada e uma boa dose de burrice.  

REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES 

Enquanto o tal mercado dormia com seus sonhos sendo alimentados pelo pessimismo, o Governo Lula foi ao campo de batalha- estimulado por sua vontade política de proteção aos mais vulneráveis, de redução das desigualdades, como colocar fim à fome que atingiu cerca de 30 milhões de brasileiros em 2022-, mas ao mesmo tempo determinado a construir e aprovar uma reforma tributária que fosse capaz de dar tranquilidade e equilíbrio aos setores produtivos nacionais, geradores de emprego e renda e, portanto, instrumentos eficientes de estabilidade social. 

E conseguiu – não sem grandes esforços e negociações pouco republicanas, há de se reconhecer,  com o Congresso -, aprovar uma reforma que há mais de 30 anos era objeto de conversas e disputas, enfim considerada uma conquista história para o país.  Noutro ponto, igualmente com bastante dificuldade, conseguiu equilibrar as contas públicas e estabelecer o equilíbrio fiscal necessário a estabelecer a confiança governamental que precisa ter para tocar o país. E ao lado dessas medidas reguladoras importantes, conseguiu o Governo voltar a dar ao salário mínimo elevação real , ampliar o Bolsa Família de maneira significativa, lançar importantes obras do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), retomando milhares de obras paralisadas durante o governo anterior, fazendo reaquecer o setor da construção civil, e ampliando novos serviços à população, sobretudo em educação, saúde, abastecimento d´agua e saneamento. 

Com esse tombo enorme na sua capacidade de análise, é de se esperar que o “ mercado” tenha aprendido um pouco, ao menos, com essa amarga lição, fazendo-o abrir o olho para a realidade.

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