O setor industrial brasileiro apresentou um crescimento de 1,8% no segundo trimestre de 2024, comparado ao trimestre anterior, conforme dados divulgados na semana passada pela Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios-PNAD, do IBGE. A indústria nacional já havia crescido 1,6% durante o ano de 2023, contrariamente a uma estagnação que havia se estabelecido entre 2016 e 2022, quando todos os segmentos dos setores industriais registraram redução no nível de produção.
Esse crescimento se conecta ao desempenho positivo das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que apresentaram um avanço de 4,2% sobre o semestre anterior, construção civil, crescendo 3,5% e indústria de transformação, 1,8%. Esse resultado, se com confrontado com o mesmo trimestre do ano passado, mostra que o crescimento industrial no PIB foi ainda maior, de 3,3%.
PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO
Ao olhar para esse resultado que se faz agora progressivo, é importante destacar que a recuperação do parque industrial brasileiro entrou na pauta do governo federal desde a posse de Lula em janeiro passado, cabendo ao vice-presidente da República e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, liderar o processo de modernização do setor, num diálogo permanente com o empresariado, fazendo-o adequar-se às novas tecnologias, de maneira a torná-lo competitivo no mundo.
Sob esse ângulo, a própria pesquisa PNAD que revela novo crescimento do PIB nacional, informa que um dos fatores que motivou o avanço do nosso produto interno foi exatamente o investimento que ocorreu no setor industrial, de 2,1%. Não é sem razão, portanto, a visão otimista do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, ao celebrar a constatação de investimento no setor industrial, porque é através dele que se vai garantir crescimento nacional com baixa inflação.
Isso é a melhor demonstração de que a indústria está voltando forte, gerando formação bruta de capital acima de qualquer projeção do mercado e das próprias expectativas do governo, possibilitando avanços progressivos de investimentos, eliminando riscos de qualquer possibilidade de volta da inflação.
MISSÃO 4
Esta semana, na esteira de celebração ao crescimento da indústria na formação do PIB brasileiro, num grande evento no Palácio do Planalto, sob o prestígio das lideranças do setor nos seus mais diferentes segmentos, foram divulgadas as ações vinculadas à chamada Missão 4 da Nova Indústria Brasil (NIB), que trata da transformação digital do setor, com destaque para o anúncio de investimentos de R$ 186,6 bilhões em tecnologia de ponta.
Esse expressivo volume de recursos destina-se à fabricação de fibra ótica e ao desenvolvimento de soluções como internet das coisas, computação em nuvem, inteligência artificial e datacenters. Como explicou o Vice-Presidente Alckmin, os R$ 186,6 bilhões dividem-se em R$ 42,2 bilhões já movimentados pelo setor público, R$ 58,7 bilhões que estão por ser liberados, e R$ 85,7 bilhões oriundos do setor produtivo. Os investimentos anunciados colocarão o Brasil no que é mais avançado em todo o mundo.
BRASIL NO MAPA DA TECNOLOGIA
A meta de colocar o Brasil na transformação digital, representa investir em semicondutores, em tecnologia da informação e comunicação, fazendo que seja cumprida a Lei n°13/2020, que prorroga a vigência e amplia os incentivos aos setores de tecnologias da informação e comunicação (TICs), presentes na Lei de Informática, e de semicondutores, beneficiado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis).
Sancionada pelo presidente Lula durante a cerimônia desta semana, a Lei n° 13/2020 cria o programa Brasil Semicondutores (Brasil Semicon), que prevê incentivos de R$ 7 bi por ano para os setores de TICs, de semicondutores e de energia fotovoltaica. São R$ 21 bilhões, R$ 7 bilhões por ano de crédito tributário, para estimular a digitalização e os ganhos de eficiência da indústria.