José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Calor extremo chega ao Brasil, com grandes riscos à saúde

Temperaturas elevadas ao nível de 45ºC trazem consequências graves aos humanos e a outros seres vivos, atingindo também a flora

Os alertas frequentemente emitidos sobre as condições climáticas no Brasil são muito preocupantes. Não bastassem os eventos devastadores causados por chuvas e tempestades, sobretudo nas regiões sul e sudeste do país, agora mesmo anuncia-se uma intensa e longa onda de calor, uma espécie de bolha que vai fazer o Brasil queimar debaixo dos 45ºC que estão previstos.

Afetando as duas regiões de temperaturas mais amenas do país, essa onda de desequilíbrio climático vai deixar, por exemplo, a cidade de São Paulo com temperaturas que podem alcançar 37ºC. Um horror para uma população historicamente habituada a um clima mais suave, até mesmo ao frio, embora nos últimos anos o calor venha aumentando.

O ano de 2023 registrou o maior número de decretos de emergência e de calamidade em dez anos, com o Rio Grande do Sul no topo de eventos extremos(2.758), mas nem por isso o Estado nordestino da Bahia deixou de ser o segundo do topo(2.381) dessas recorrências legais, numa demonstração de que as tragédias chegam para todos. Esse é o maior número de decretos desde 2013, quando foram registrados 3.040, estiveram em declínio até 2019, quando voltaram a crescer, diante das modificações climáticas profundas.

Temperaturas elevadas ao nível de 45ºC trazem consequências graves aos humanos e a outros seres vivos, atingindo também a flora. Essa transformação na temperatura corporal leva à perda de líquidos e sais minerais, afetando o equilíbrio, daí surgindo tontura, náusea, desmaio, confusão mental, câimbras, dores de cabeça, transpiração intensa e cansaço. Com a pressão arterial caindo muito em temperaturas desse nível, o risco de ataques cardíacos também aumenta.

Chama-se a atenção, portanto, de autoridades de todos os campos de gestão, para que adotem providências adequadas, no campo da saúde, de modo a preparar a população para a chegada dessa imensa bolha de calor.

 Focada no agronegócio, Petrobras volta à produção de fertilizantes

Mesmo sendo um país reconhecido no mundo por sua enorme produção de grãos, uma potência expressiva no setor do agronegócio, com o peso de carregar nas costas as exportações brasileiras, a produção de fertilizantes, insumo essencial na produção das lavouras, foi totalmente negligenciada em um passado recente pelo governo.

Isso tem afetado bastante os produtores nacionais, com elevação acentuada de seus custos, em razão de o Brasil ter-se tornado obrigado a importar fertilizantes de outros países. A Petrobrás, que costumeiramente se voltava para produzir fertilizantes, iniciou em 2011 a construção de uma grande fábrica desse insumo em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, mas as obras foram paralisadas em 2014.

De lá para cá, os governos Temer e Bolsonaro só fizeram se desfazer de suas iniciativas no terreno da produção de fertilizantes, vendendo suas unidades ou arrendando-as para empresas de outros países, especialmente Rússia. Só não se desfez por completo de todas as unidades, porque o STF proibiu essas vendas em 2018.

Conforme dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos(ANDA), mais de 70% dos fertilizantes usados na agricultura brasileira são importados, sendo as maiores dependências externas o cloreto de potássio(95%) nitrogênio(80%) e fosfato(60%).

Nesta semana, felizmente, por recomendação do Presidente da República, a Petrobras anunciou a retomada das obras da fábrica do MS (que foi paralisada com 81% de suas obras concluídas), que deverá ficar pronta daqui a dois anos. Lula chega, assim, para socorrer a agricultura brasileira dessa submissão inaceitável.

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