Durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, em Goiás, para onde foi inaugurar obra rodoviária, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, voltou ao seu otimismo habitual, e disse que o Brasil vai crescer “possivelmente até mais” do que 2,5% este ano. “Nós vamos crescer acima de 0,9% (como diz o FMI). Vamos crescer entre 2% e 2,5% e possivelmente até mais. Vou mostrar que o PIB cresceu, a economia vai estar estável”, sinaliza o presidente.
O otimismo de Lula tem fundamentos reais no que está acontecendo com a economia brasileira. Os negócios sendo aos poucos retomados, as taxas de desemprego diminuindo, o real ganhando força crescente frente ao dólar, a bolsa de valores em alta progressiva, atingindo os mais elevados indicadores de sua história, o reconhecimento internacional- expresso publicamente por vários líderes e instituições mundiais-, de que o Brasil voltou à normalidade e merece confiança.
Contudo, se é plenamente justificável esse entusiasmo do presidente diante dos aspectos positivos elencados, vem do próprio Lula uma razão de enorme peso para dominar a todos de grave incerteza: os brasileiros estão mais endividados do que nunca. Na passagem de 2022 para 2023, chegou-se ao maior endividamento da população em todos os tempos, com a marca inacreditável de 77,9%, consequência de um governo anterior que não fez investimentos públicos, não estimulou a iniciativa privada, não gerou novos negócios, permitindo, noutro sentido, a elevação do desemprego, com redução drástica o consumo e a quebradeira visível de empresas.
Associado a isso, o Brasil convive com as mais altas taxas de juros de todo o planeta terra, fato novamente lembrado por Lula em sua entrevista, com apelos reiterados ao presidente do Banco Central para que essas taxas astronômicas sejam reduzidas, permitindo, desse modo, o aquecimento da indústria, comércio e serviços, ao tornar possível o acesso, pelas empresas e cidadãos, de empréstimos e financiamentos em condições suportáveis, civilizadas.
Os juros altos estão afetando tanto quem precisa de dinheiro, quanto quem quer investir. Quando a taxa Selic vai às alturas, como agora, as outras taxas de juros de empréstimos e financiamentos também se elevam, prejudicando diretamente quem precisa de dinheiro e afetando de modo sério a produção, daí surgindo a queda no consumo, o endividamento, o desemprego.
O presidente enalteceu o desenvolvimento do agronegócio, disse que o desafio é aumentar a capacidade produtiva do país sem prejudicar o meio ambiente, lembrou os esforços que o governo tem feito para estimular a produção, como o recente programa para produção e venda de carros mais baratos, destacou o Desenrola, programa do governo federal para renegociação de dívidas de pessoas de baixa renda que estão com nome sujo.
NOVA VERSÃO DO PAC
O Presidente anunciou que no dia 2 de Julho lançará uma nova versão do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, que criou nos seus governos anteriores), tendo como ponto de partida uma lista de 499, cujos projetos foram apresentados pelos 27 governadores de Estados durante reunião coletiva realizada em janeiro.
Como os níveis de medição da economia são satisfatórios e não existe demanda de consumo que possa influenciar nos indicadores da inflação- assim pondo por terra os argumentos do Banco Central-, é urgente que as taxas Selic sejam revistas para baixo, dando aos brasileiros a oportunidade de mais desenvolvimento e melhor vida.