O resultado das eleições legislativas em Portugal, realizadas ontem, mexe com a vida de quase 400 mil brasileiros que vivem de forma legal no país, muitos trabalhando, tendo filhos na escola, ajudando a construir e melhorar esse que se transformou num dos destinos mais interessantes da Europa.
Governada pela esquerda nesses últimos 20 anos, o país lusitano fez ajustes mais duros durante a crise na Europa, e encontrou o caminho certo para uma combinação de crescimento econômico com uma importante e evolutiva implantação de bem-estar social. Daí, ter-se firmado com respeito e admiração e atraído milhares e milhares de imigrantes, sobretudo brasileiros, que hoje somam 40% de todos os não-portugueses que moram no país.
Essa eleição que se encerrou neste domingo com o retorno da centro-direita à liderança, com 28,66% dos votos apurados, contra 28,63% da esquerda atualmente no poder, traz uma comprovação preocupante, o crescimento da extrema direita, representada por um partido de nome Chega, que alcançou 18,06%.
A campanha eleitoral foi dura, desbocada, agressiva, sobretudo pelas bandeiras levantadas pela extrema-direita, rigorosamente contra a imigração, com discurso xenófobo, racista, e disposição para enxotar todos aqueles que foram para Portugal em busca de um novo modo de vida. Por acordo diplomático, conhecido como Tratado de Porto Seguro, assinado em 22 de abril de 2000, os brasileiros residentes são os únicos não-portugueses que têm direito, e podem votar nas eleições do país.
O surpreendente avanço dessa direita extremada, surpreende também por outro fenômeno: enquanto milhares de brasileiros preferiam que governantes de esquerda permanecessem no poder, em razão das condições de bem-estar que o país apresenta, outros tantos, alguns até residentes no Brasil, foram abraçar as ideais alucinadas desses extremistas. Muitos influentes bolsonaristas viajaram para Portugal para integrar-se a essa campanha racista, marcada por preconceito e desumanidade.
Censo escolares revela dados preocupantes sobre saúde mental
Dados do Censo Escolar que acabam de ser divulgados, mostram que o número de psicólogos em escolas do Brasil teve um ligeiro aumento em 2023, mas muito abaixo das necessidades que professores têm observado, face ao adoecimento psicológico de crianças e adolescentes, uma realidade presente em todo o mundo, sobretudo depois da pandemia da Covid-19. Outro fator que tem influenciado essas condições inquietantes da saúde mental dos alunos, decorre do alto grau de violência nas escolas, várias delas atacadas por criminosos, com morte entre estudantes e professores.
Aumentar o número de psicólogos e melhorar os padrões de segurança desses ambientes de ensino, tem sido uma recomendação que os governantes precisam seguir. Até mesmo a Organização Mundial de Saúde(OMS) tem alertado que a saúde mental em geral tem se agravado desde a virada do século, sugerindo uma transformação na saúde mental que precisa ser levada muito a sério.
Em 2019, mesmo antes da pandemia, quase um milhão de pessoas no mundo, incluindo 14% de adolescentes, viviam com algum tipo de transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos suicídios ocorreram antes de que essas pessoas afetadas completassem 50 anos de idade. Com a pandemia, a depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% apenas em 2020.
Outra constatação alarmante: pessoas com condições de saúde mental grave morreram em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral. Os transtornos mentais são a principal causa da incapacidade, com a perda de 1 em cada seis anos de suas atividades normais. É preciso aos dirigentes ficarem atentos e atuarem para melhorar esse quadro.