Aguarda-se para este final de semana a nomeação, pelo Presidente Lula, de Magda Chambriard para os cargos de conselheira de administração e presidente da Petrobrás, após seu nome ter sido aprovado pelo Comitê de Pessoas da estatal na noite de quarta-feira.
Magda chega num momento em que o governo quer dar novos rumos à caminhada da maior estatal brasileira, depois da demissão do ex-presidente Jean Paul Prates, desgastado por embates com ministro de Minas e Energia e com conselheiros da própria empresa, numa visível insatisfação dentro do próprio Palácio do Planalto.
E logo na chegada terá a tarefa de fortalecer a empresa, reparando, na medida do possível, os estragos feitos no governo passado quanto à paralisação nos investimentos, de um lado, e noutro aspecto pela ânsia dos governantes da época e de dirigentes da Petrobrás, de desfazer-se de ativos importantes da estatal, como a privatização duvidosa de grandes refinarias.
O primeiro sinal dessa nova orientação vem no exato momento em que Chambriard é aprovada pelo Conselho. Trata-se da decisão anunciada pelo Planalto e confirmada pela empresa, de que cinco refinarias foram retiradas do plano de privatização imposto pelo governo anterior.
Tal planejamento incluía a entrega para a iniciativa privada de oito refinarias, mas eles só tiveram tempo de privatizar três, dentre elas a unidade mais antiga do país, a refinaria de Mataripe, na Bahia.
Agora, ficarão fora de privatização cinco unidades localizadas no Rio Grande do Sul, Paraná, Minas, Pernambuco e Ceará. No rol dessas unidades que estavam na lista de privatização, encontrava-se a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cuja ampliação foi autorizada solenemente pelo Presidente Lula, e que terá o papel de produzir o óleo diesel necessário a oferecer autonomia ao Brasil em relação a esse combustível.
Outra notícia importante para a Petrobrás vem da decisão por mais investimentos, na retomada de obras e no empenho que a empresa terá que dedicar ( o que, aliás, já vinha começando sob Jean Paul Prates), no que se refere à geração de energias renováveis, fazendo o Brasil aliar-se aos inúmeros projetos que a iniciativa privada vem desenvolvendo para a concretização da transição energética.
Nesse terreno da transição, a Petrobrás já atua na produção e comercialização do chamado Diesel R5, em refinarias do Paraná e Cubatão (SP), combustível capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Também nessa área de transição energética, a empresa contratou desde fevereiro um novo tipo de asfalto, mais eficiente e sustentável, formulado para aplicações em temperaturas reduzidas, que além de reduzir o consumo de energia pode baixar em até 65% a emissão de gases de efeito estufa.
Outro avanço já em prática pela Petrobrás é o desenvolvimento de adesivo anticorrosivo de PET 100% reciclado, um produto a ser utilizado em instalações industriais, instalações prediais e até para uso doméstico, uma experiência desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais em parceria com a empresa Karoon Energy, que construiu uma unidade piloto em que estão sendo fabricadas as 60 mil primeiras unidades para testes.
Outra notícia que chega junto à posse de Magda Chambriard é a retomada de pagamento dos 100% dos dividendos devidos a acionistas durante este ano, que o próprio governo, por meio do Ministro Fernando Haddad já dá como certo até dezembro.