O Nordeste brasileiro está apresentando um processo de avanço econômico bem acima do crescimento nacional, devendo evoluir 3,4% ao ano entre 2026 e 2034, acima da média do país, que é estimada em 2,5%. Nos próximos anos, a estimativa de investimento da região é da ordem de R$ 750 bilhões, puxados por inúmeras obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e uma expressiva atividade no setor de produção de gás natural, petróleo, geração de energias renováveis ( com destaque para solar e eólica), agronegócios, e no seguimento de fabricação de automóveis.
Os dados constam de relatório produzido pela Consultoria Tendências, divulgados neste final de semana, projetando um desempenho notável da região nordestina, com crescimento econômico expressivo, geração de empregos e aumento da renda da população. No rol do PAC, importantes investimento já foram retomados, como a segunda etapa e produção de óleo diesel através das Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, a Ferrovia Transnordestina e centenas de obras inacabadas nas áreas de educação, saúde e saneamento, como a construção de ginásios esportivos, creches unidades de saúde pública.
Os números da Tendências, além de apontarem a liderança do Nordeste no crescimento econômico, revelam que nesse período de oito anos à frente, o Norte do Brasil fica na segunda posição em desempenho, com percentual de 3,1%, seguindo-se o Centro-Oeste, com 2,9%, o Sudeste, com 2,2% e o Sul, com 2,1%. O Nordeste crescerá 1.2 pontos percentuais acima do Sudeste e 1,3 sobre o Sul. Essas duas regiões, que são as mais desenvolvidas do país, crescerão abaixo da média nacional, que será de 2,5%.
Confirmando-se esses dados, o Nordeste volta aos níveis de crescimento registrados nos anos 2000, durante os dois períodos anteriores de governo do Presidente Lula (2003 a 2011), quando ocupou posição de destaque no cenário econômico nacional, período em que o país viveu boom das commodities no cenário internacional, uma expansão acentuada dos agronegócios e suas exportações, uma consistente política de programas sociais relevantes, como a erradicação da pobreza e da fome.
É importante lembrar que em períodos recentes, sobretudo a partir de 2020, que foi o auge da pandemia de Covid, o PIB brasileiro alcançou um recuo expressivo de 3,3%, e o Nordeste encolheu 4,1%. O crescimento nordeste deste momento está se dando não apenas pela retomada do PAC, mas muito pela ação casada entre iniciativa privada e setores governamentais, em parcerias público-privadas crescentes, especialmente no setor de energias renováveis.
São muitos os projetos já implantados e em desenvolvimento de grandes parques de geração de energia eólica e energia solar, posicionando o Brasil e a região nordestina no topo diante do mundo. Para que tenhamos uma dimensão dessa grandeza, só no setor eólico estão sendo investidos R$21 bilhões em novos parques, com capacidade para geração de 3 mil megawatts e já estão outorgados cerca de R$130 bilhões que ainda vão começar na região.
O impulso disso é gigantesco. Estudos desenvolvidos no setor mostram que a cada R$ 1 que se investe em energia renovável há uma devolução de R$ 2,9 para o BIP, criando um efeito progressivo que se espalha sobre a economia, faz aumentar o número de empregos (muitos deles sendo de mão-de-obra qualificada, com salários mais elevados, uma exigência natural do setor), aumentando renda e consumo, o que finalmente impõe a elevação do PIB regional.