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Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Petróleo e gás batem recorde e Petrobrás volta aos investimentos

A produção de petróleo foi superior em 6,1% se comparada ao mês anterior e de 16,7% na comparação com setembro de 2022.

O mais recente balanço da Petrobrás, divulgado semana passada, mostra que a estatal brasileira volta a bater recorde de produção de petróleo e gás, gerando um total de 4,666 milhões de barris de óleo equivalentes por dia. Os dados consolidados referem-se ao mês de setembro de 2023. A produção de petróleo foi superior em 6,1% se comparada ao mês anterior e de 16,7% na comparação com setembro de 2022.

Já a produção de gás natural em setembro foi de 157,99 milhões de metros cúbicos por dia, um crescimento de 6,9% comparada ao mês anterior e de 10,4% na comparação com o mês de setembro do ano passado. Essa produção de gás foi até hoje o maior volume, superando até mesmo o mês de julho de 2023, quando já havia batido recorde.

Nesse cenário positivo de crescimento da produção, merece destaque o desempenho registrado no pré-sal, alcançando-se 3,594 milhões de barris de óleo, o equivalente a 77% de toda a produção brasileira. Foi a maior produção verificada até hoje, superando também a do mês de julho de 2023, que já havia sido a mais significativa. No caso do pré-sal, o aumento da produção, nos seus 144 poços em atividade, em relação ao mês anterior, foi de 9,5% e de 19,8% na comparação ao mês de setembro de 2022.  

Em setembro, os campos marítimos produziram 97,6% do petróleo e 87,2% do gás natural. Os campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, foram responsáveis por 89,02% do total produzido. A produção teve origem em 6.284 poços, sendo 520 marítimos e 5.764 terrestres.

Outra informação importante, que demonstra evolução técnica da Petrobrás relativamente ao aproveitamento do gás produzido, é que foi atingida a marca de 97,9% de utilização, uma elevação significativa em relação às perdas. 

A Petrobrás, que nesse mês de outubro passado completou 70 anos de fundação, dá claros sinais de que voltou ao protagonismo de ser a maior estatal brasileira, pioneira exemplar na exploração de gás e petróleo nas profundezas do mar e de ter inventado, com sucesso pleno, graças a seu elevado padrão tecnológico e científico, a exploração no pré-sal. E isso ocorre imediatamente depois de a empresa ter sofrido um brutal processo de desgaste, de tentativa de desmonte, causada pelos protagonistas da operação lava jato. 

Para alcançar essa performance que agora se observa, a Petrobrás voltou a fazer grandes investimentos, recuperando campos de exploração paralisados, aplicando grandes somas em ciência, pesquisa e tecnologia e colocando os pés e as mãos, de forma definitiva, no controle das operações em mar e no pré-sal. 

No mês passado, ao celebrar os 70 Anos da empresa num evento com funcionários da estatal na Bahia, o presidente da empresa, Jean Paul Prates, anunciou que a Petrobrás está fazendo, somente em campos baianos, um investimento de R$ 3,5 bilhões, voltando-se para a exploração de novas matrizes energéticas. Essa política de elevação de investimentos contrasta, aliás, com a prática adotada pelo governo Bolsonaro, que entregou para investidores árabes a refinaria baiana Landulpho Alves ( que foi a primeira refinaria montada no Brasil), vendida a preço de banana, por cerca de um terço do valor de mercado, logo após o ex-presidente brasileiro voltar de uma de suas muitas viagens ao Oriente Médio. 

A nova gestão da Petrobrás montou um plano estratégico para atuação entre 2024 a 2028, voltando-se para o desenvolvimento de estudos para o domínio das energias renováveis, cujo objetivo maior será alcançar êxito na obtenção do Hidrogênio Verde, o combustível limpo do futuro, que tem sido um desejo amplamente revelado pelo Presidente Lula. 

O presidente da Petrobrás tem dito que a empresa começa a se voltar para uma atuação mais dinâmica no Norte e Nordeste do Brasil, com expressivos investimentos, rompendo um ciclo no qual o governo passado jogou ao esquecimento áreas importantes, no seu afã de tornar a empresa restrita ao Rio e São Paulo, limitada ao eixo sul-sudeste, facilitando, assim,  sua entrega ao capital estrangeiro, como fez com vários ativos valorosos da companhia. 

Assumindo a posição pessoal e política adotada por Lula, Prates vem assegurando que a Petrobrás é essencial para a transição energética. Para isso, contudo, é necessário continuar explorando petróleo e gás, para melhorar o caixa da empresa, que foi dilapidado no governo passado, para daí voltar-se, como começa a fazer, para a exploração de energia eólica e solar, até chegar ao hidrogênio verde.

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