O crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil neste ano, no acumulado de janeiro a setembro, comparativamente ao mesmo período do ano passado, foi de 3.2%. Esse desempenho do PIB está rigorosamente em consonância com a revisão de previsão feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), publicada em 29 de setembro de 2023, quando passou de 2,3% para 3,3% a estimativa de crescimento para o atual período. Este é o terceiro resultado positivo, consecutivo, do indicador em bases trimestrais, feito pelo IBGE. Em relação particularmente ao terceiro trimestre do ano, o crescimento, comparado a 2022, é de 2%. Na comparação com quatro trimestres ( de setembro de 2022 a 2023), a alta acumulada é de 3,1%.
Economistas do mercado, especialmente aqueles ligados a bancos, têm visto com alguma surpresa, mas com bastante alívio, o desempenho da economia brasileira refletida pelo crescimento do PIB. Há cerca de um ano, esse setor estimava que o Brasil cresceria nada além de 0,47% (conforme análises publicadas), embora, já em setembro último, esse próprio segmento tenha refeito seus cálculos de previsão para 2,56%. O pessimismo segue sendo derrotado, pois as previsões mais próximas da realidade mostram que o PIB superará os 3% de crescimento, apesar de, neste último trimestre, tenha surgindo algum sinal de desaquecimento da economia.
Nos principais destaques desse trimestre fechado em setembro, tem-se em evidência o aumento das exportações, com 3%, e o consumo das famílias, com crescimento de 1,1%, indicativo de horizontalização da economia, sinal de que mais dinheiro está circulando nas mãos das famílias. O setor da agropecuária, carregado pelo agronegócio, teve uma queda de 3,3% neste trimestre, embora no acumulado do ano apresente uma alta de 8,8%. Houve recuo nas importações, da ordem de 2,1, e o setor industrial deu sinais de recuperação, com um acréscimo de 0,6%.
VEM AÍ UM DESENROLA PARA EMPRESAS
Embalado pelo sucesso alcançado pelo Programa Desenrola, lançado em desenvolvido pelo Ministério da Fazenda junto a bancos e setores empresariais, resultando em benefício direto a cerca de 7 milhões de pessoas que estavam com seus CPFs negativados, o Governo Federal vem aí, em início de 2024, com um novo programa de renegociação de dívidas, na mesma linha desse que foi oferecido a pessoas físicas com rendas até 2 salários-mínimos. O novo Desenrola, dessa vez, será destinado a empresas que estão com dificuldades financeiras no mercado.
Na semana passada, dois representantes do Governo Lula falaram sobre esse Desenrola Empresarial que está sendo montado. Quem primeiro se manifestou foi o Vice-Presidente Geraldo Alckmin, que também é o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, ao falar durante um fórum empresarial em São Paulo. Quem também manifestou essa intenção do Governo foi o Ministro das Micro e Pequenas Empresas, Márcio França, indicando que essa versão voltada ao empresariado deve vir logo no começo de 2024.
Ao relatar a realidade de muitos empresários brasileiros, especialmente aqueles que recorreram a empréstimos bancários com taxas de juros muito elevadas, e ainda vinham de com sequências decorrentes da paralisação de negócios durante a pandemia, Alckmin disse que muitos passam por necessidades inconvenientes e precisam, portanto, de programas que os socorram e voltem a atividades normais. Daí, ele informou que o governo tem avançada a discussão para formatar um programa, na mesma moldagem do Desenrola aplicado às pessoas físicas, para que as empresas possam ser atendidas na renegociação de suas dívidas.