José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Proposta de Kamala Harris de taxar grandes fortunas é uma luz no fundo do poço

A proposta da candidata democrata à Presidência do EUA é de arrecadar nada menos do que US$ 5 trilhões com a finalidade de acabar com a fome e a pobreza

O crescimento da fome e da miséria no mundo, realidade que se faz presente e crescente em todas as direções do planeta, associado ao recrudescimento do desequilíbrio climático, determinante de catástrofes sem precedentes na história, começa a despertar a consciência de governantes para a necessidade urgente de investimentos financeiros importantes para o enfrentamento dessas duas graves questões.

ambiente insustentável

Começa a haver, de parte de algumas nações, a visão de que a cumulação de riquezas nas mãos de poucas pessoas no mundo, causando um fosso social que se aprofunda a cada instante, é a causa principal desse ambiente insustentável, consequência de um modelo econômico guiado a mão de ferro por um capitalismo suicida que só olha para o próprio umbigo e fecha os olhos às mãos estendidas ao seu lado.

tragédias climáticas

Embora quase todas as nações, especialmente aquelas mais poderosas economicamente, continuem indiferentes ao crescimento da miséria, mesmo diante de relatório da FAO de que 864 milhões de seres humanos enfrentavam insegurança alimentar grave em 2023, há um fator que está assombrando a todos. Trata-se do avanço de tragédias climáticas causadas pelo aquecimento global, que estão chegando nas mais variadas formas de enchentes, tempestades, incêndios, secando a água do planeta, diminuindo as áreas para plantios agrícolas, aumentando a vulnerabilidade e gerando pânico em todos.

Diante desses dois fatores, que se constituem os mais exponenciais da humanidade, em vários países, de diferentes regiões, começa a crescer a ideia de que é preciso refazer a ótica desse capitalismo dominante e progressivamente concentrador das fortunas em suas mãos e disseminador da miséria para os restantes 99% da humanidade. E como agir frente a esse modelo?

grupo de super-ricos

Exatamente pela lógica de fazê-lo começar a pagar pelo mal que fizeram e seguem fazendo. E aí vem a ideia da tributação sobre as grandes fortunas do universo. Invariavelmente intocáveis, imunes às mãos do Estado sobre seus patrimônios e ganhos, os integrantes desse seleto grupo de super-ricos dormem sossegados, protegidos pelos privilégios que os governantes lhes concedem.

economias e democracias

Até há pouco, os mais avançados movimentos no sentido da tributação aos donos do dinheiro estavam chegando por meio de uma bandeira levantada pelo Brasil dentro do G20, o grupo que reúne as 20 maiores economias e democracias da terra. Ideia lançada pelo Presidente Lula e defendida por seu ministro Fernando Haddad em diversos fóruns mundiais de que participa, a tributação das grandes fortunas está sendo formulada em documento a ser analisado e aprovado em novembro, durante o Fórum do G20 que se realizará no Rio de Janeiro.

Mas, para alento dos que sonham com a diminuição da miséria e a adoção de medidas que possam salvar a terra das desgraças climáticas, veio uma luz no fim do túnel, que se acendeu exatamente no berço, no nascedouro desse capitalismo brutal, lá mesmo nos Estados Unidos da América.

fome e pobreza

É de lá que vem a proposta da candidata democrata à Presidência do país, de arrecadar nada menos do que US$ 5 trilhões, com a taxação dos super-ricos de lá, exatamente nessa finalidade de acabar a fome e pobreza e dar aos demais países do mundo as condições de travar o crescimento dos desequilíbrios ecológicos. Quem tem fortuna acima de US$100 milhões, passaria a pagar 25% de impostos, enquanto mais de 100 milhões de pessoas das camadas inferiores ficariam fora da tributação.

Embora ainda não se veja um detalhamento mais significativo de como isso se daria na prática, a verdade é que essa taxação aos multimilionários está contida no plano de campanha que ela está lançando, constando, na outra ponta da questão, reduzir gradativamente a taxação atualmente vigente sobre as demais camadas sociais, de maneira a estabelecer uma interrupção nesse fosse de desigualdade econômica e social que só tem crescido até mesmo por lá, o berço do capitalismo.

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