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Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Turismo, energia e campo fazem Nordeste puxar elevação do PIB brasileiro

Nordeste lidera elevação do PIB do Brasil em 2023 com destaque no turismo, energia renovável e agronegócio

Um relatório apresentado nesta semana pela Tendências Consultoria revela que a região Nordeste deve puxar neste ano de 2023 o crescimento do PIB do Brasil, um desempenho seguido de perto pelo Centro-Oeste. A estimativa é de que o produto interno bruto da região nordestina cresça 2,4%, ante 2,3% da região central. O Nordeste, neste caso, ficará 0,5% acima do aumento nacional do PIB, estimado em 1,9%,e bem acima do que é esperado para a região mais rica do país, Sudeste, cuja estimativa é de crescer abaixo da média nacional, ficando com 1,7%. 

O Nordeste volta a ter um desenvolvimento acentuado das atividades turísticas em todos os seus Estados, beneficiando-se de uma tendência imposta nos tempos da pandemia de Covid, e valorizada pelos esforços que governantes estaduais vêm fazendo para tornar mais visíveis as belezas, riquezas naturais, patrimônio arquitetônico, que se somam às maiores facilidades de deslocamento dos turistas, hoje algo bastante visível em toda a região. Pesam nisso, também, os programas que estão sendo aplicados pelo governo federal no sentido de redução dos preços de passagens aéreas. 

O desempenho do Nordeste, contudo, vai muito além da sua capacidade de atração turística. Está nesta região o maior potencial brasileiro de geração de energias renováveis, destacadamente Solar e Eólica, sobressaindo-se como líder nacional. Somente em fonte eólica, abriga cerca de 90% da capacidade instalada no país, o  equivalente à capacidade total de Portugal, e nesse caso europeu, proveniente de todas as fontes.

PROJETOS DE EÓLICAS

Essa participação nordestina deve crescer nos próximos anos, pois há hoje 54 projetos de eólicas offshore em análise pelo governo federal, constituindo, juntos, algo superior a 133 GW, superior ao que hoje está instalado. Além disso, foi mapeado um potencial de 1.700 GW para toda a costa nordestina, quase nove vezes a potência total instalada do país, que até junho foi de 183 GW. E praticamente todos os Estados estão produzindo energia eólica, valendo-se da posição geográfica e da monumental qualidade dos ventos, condições acrescidas aos estímulos governamentais que o setor vem recebendo.

ENERGIA SOLAR 

No campo da energia solar, a região Nordeste alcança um desempenho formidável. Somente em janeiro deste ano de 2023, quando se juntou à fonte eólica, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica registrou na região uma produção de mais de 9.200 megawatts, um volume equivalente, em um mês, à capacidade de geração de duas usinas do tamanho de Belo Monte. Esse perfil do Nordeste na produção de energias renováveis coloca o Brasil em vantagem especial no mercado de hidrogênio renovável, hoje considerado o maior esforço governamental e empresarial que o mundo está vivendo.

HIDROGÊNIO VERDE 

Daí, a produção de hidrogênio a partir de fontes enováveis e sem emissão de carbono, o chamado hidrogênio verde, ou H2V, ser atualmente a grande aposta da região, cujos governantes estaduais apresentam-se em grande movimentação pelo mundo, na busca de investidores importantes. Isso já acontece do Ceará à Bahia, do Rio Grande do Norte ao Piauí e Pernambuco, numa ação compartilhada que fará o Brasil ser exemplo ao mundo.

AGRICULTURA FAMILIAR

Também tem crescido e adquirido importância a agricultura familiar, com a produção de grãos orgânicos que abastecem as mesas da região e de outras partes do país, aliada ao avanço da pecuária, especialmente voltada à produção de leite. Somando-se à evolução da produção de grãos no agronegócio, com aumento expressivo das exportações, o Nordeste dá passos largos para reduzir desigualdades e firmar-se como importante centro econômico do Brasil.

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