Artigo: A coerência é um porto seguro - João Vicente Claudino

Ex-senador responde ex-prefeito Silvio Mendes

Ex-senador João Vicente Claudino | Jorge Bastos

A coerência é um porto seguro

João Vicente Claudino

No último domingo, fui surpreendido com uma matéria no portal GP1 na qual Sílvio Mendes faz declarações que, em suas palavras, são “provocações”.

Ao agradecê-lo pelas colocações, também aproveito a oportunidade para esclarecer alguns pontos de suas falas.

Sou ex-senador da República (2007 a 2015) e fui candidato a governador em 2010. Lancei meu nome e concorri apenas por duas oportunidades a cargos eletivos. Silvio tem mais experiência eleitoral do que eu. É mais político até. Concorreu a cargos eletivos em quatro oportunidades. Foi ex-prefeito pelo PSDB de 2005 a 2010, ex-candidato a governador pelo PSDB em 2010, ex-candidato a vice-governador na chapa com o MDB em 2014.

Da minha parte, ele poderia ter concorrido em 2020 a prefeito de Teresina. Seria, portanto, seu quinto pleito eleitoral. Naquele momento, era um bom nome, razão pela qual o lancei ao cargo e até me coloquei à disposição para ser seu vice-prefeito numa chapa. Seria a primeira vez que aceitaria concorrer à vice de alguém.

A coerência me faz ser fiel à família, aos amigos, aos correligionários e ao próprio partido.

Há 24 anos comecei minha jornada política. Durante esse período fui filiado ao PSDB, entre 1997 e 2000, e no ano de 2001 migrei para o PTB permanecendo por 20 anos em seus quadros.

A política, pra mim, não é uma carreira, mas sim, uma missão. Uma prova disso é que fui candidato ao Senado quase 10 anos após assinar a primeira ficha de filiação partidária. Sem açodamentos, esperei o momento de contribuir politicamente com meu povo. Após oito anos, deixei aquela Casa sem nenhum apego ao cargo, nenhum processo ou investigação, após cumprir minha missão, sem máculas.

Quando acreditei que poderia cumprir uma nova missão em favor da minha Terra, fui candidato ao governo do Piauí em 2010. Carregava comigo um projeto de Estado, de desenvolvimento social e econômico. E ainda carrego. A grande vitória naquele ano foi conhecer ainda mais de perto a realidade do Piauí. Ainda carrego comigo este sonho compartilhado com muitos piauienses, não nego. Com um time de pessoas sérias, comprometidas, honestas e capazes, podemos sim provocar fortes mudanças políticas, econômicas e sociais no Piauí.

Silvio Mendes afirmou que “tudo que a família Claudino teve foi construído aqui no Piauí. Então, ele tem que devolver isso como nós todos estamos oferecendo”.

O ex-prefeito de Teresina está certo. Foi o Piauí a terra escolhida pelo meu pai para plantar as sementes de um grupo empresarial que, com muito esforço e trabalho, se tornou uma referência em todo o país de como é possível dar certo empresarialmente no Nordeste do Brasil. Nós escolhemos o Piauí e essa terra nos abraçou. Seu povo se tornou a nossa gente.

E é por isso que todos os dias, sem exceção, retribuímos tudo que recebemos do Piauí. Silvio Mendes afirmou: “ele [João Vicente] tem que devolver isso como nós todos estamos oferecendo”.

Devolver é um verbo comum usado em práticas políticas pouco republicanas que rechaçamos. Prefiro o verbo retribuir.

Por exemplo, retribuímos trabalhando incansavelmente para sermos o maior gerador de empregos do Estado. Retribuímos sendo um dos maiores contribuintes de ICMS do Piauí. Retribuímos através de apoios a projetos sociais sérios que cuidam dos mais vulneráveis e levam também oportunidade de inserção ao mercado de trabalho. Retribuímos sendo o maior investidor individual de projetos na área cultural. Retribuímos sendo um dos maiores investidores do esporte piauiense.

Muitas das nossas ações são em silêncio. “A palavra convence, o exemplo arrasta”, disse o Padre Antonio Vieira. Lutamos sempre para sermos e darmos um bom exemplo de trabalho.

Quanto ao amigo e ex-prefeito Sílvio Mendes, acredito que suas declarações foram como as de um pescador. Barcos são movidos pela correnteza ou pelo esforço dos braços que remam. Prefiro remar, mesmo que, às vezes, contra correntezas. É que somente assim encontramos o porto seguro da coerência.

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