Por Arimatéa Carvalho
Assim como fez a Câmara de Teresina em novembro de 2017, a Câmara de Vereadores de Parnaíba antecipou a eleição para a mesa diretora e elegeu na terça-feira (28) o vereador Daniel Jackson ((Solidariedade) para o cargo de presidente, ao invés de reeleger o atual gestor, Carlson Pessoa (DEM). A confusão é grande na segunda maior cidade do Piauí.
A eleição com 13 dos 17 votos totais do Legislativo foi uma espécie de presente de aniversário para Jackson, que completou 38 anos de idade em 9 de setembro. Ele é da base do prefeito Mão Santa (DEM) e contou com o apoio do veterano gestor.
PEDIDO DE CASSAÇÃO
A antecipação da eleição em mais de um ano não foi sem estresse, a exemplo do que aconteceu na capital. O vereador David Soares, do PP, partido do vice-prefeito Beto Teles, atacou a antecipação com acusações graves de conchavo e esquemas nada republicanos. Resultado: 12 vereadores assinaram documento pedindo ao presidente Carlson Pessoa a abertura de processo contra David por quebra de decoro. Se condenado, ele pode perder o mandato.
No documento, eles pedem que ao final da investigação, se confirmada a quebra de decoro, David Soares seja cassado. David é genro do ex-governador Zé Filho.
POR QUE NÃO CARLSON?
Em Teresina, a eleição antecipada de 2017 confirmou o nome do presidente Jeová Alencar (MDB), ainda hoje no cargo, que tem ampla influência e respeito dos colegas. Já em Parnaíba, Carlson foi trocado. Há dois motivos: vereadores, embora o respeitem, dizem que não cumpriu acordos feitos quando foi eleito e a líder do prefeito na Casa, vereadora Neta (DEM), articulou para que o rival não se reelegesse.
Neta e Carlson são apontados como possíveis candidatos a deputado estadual no próximo ano e não há espaço par dois nomes do DEM municipal.
Carlson, no entanto, que ainda tem bom tempo como presidente e por isso mesmo é considerado pelos colegas, não rompeu com o grupo do prefeito. Ele próprio votou em Daniel Jackson. Neta ficou como tesoureira.
Para se eleger, o novo presidente precisou compor com a oposição, que tem nomes na mesa diretora.