Por Sávia Barreto
Fortes
Caso Flora perdesse, Themístocles também se enfraqueceria, já que ele apoiou a deputada e se consolida como candidato a vice de Rafael Fonteles. Como Flora venceu por 17 votos a 12 contra Wilson Brandão, tanto Wellington como Themistocles - e também Rafael Fonteles e Regina Sousa, que tiveram papéis cruciais nas conversas - conseguiram controlar a rebelião na base e evitar maiores cisões. Mágoas do processo ficaram, isso é natural, mas podem ser administradas.
Lições
Há alguns sinais que ficam para serem decodificados da eleição. O primeiro deles é que o desgaste interno do PT com os aliados foi expresso com a demora nas desistências das candidaturas de Santana e Flávio Jr. Para aliados, Wellington também poderia ter agido com mais velocidade e informado desde o início aos aliados sobre a prioridade na eleição de Flora, evitando as quatro candidaturas de nomes da base.
Hoje não
Pelo menos por enquanto, o Governo não deve fazer uma mini-reforma administrativa para realocar aos aliados as pastas dos dois nomes que teriam “traído” o Governo. Esperava-se que Flora tivesse mais dois votos além dos que foram contabilizados. Ou seja, dois nomes da base incluídos nos acordos preferiram votar em Brandão ou se abster. Resumindo: teve "traição". A pergunta é: terá punição? Se sim, agora ou depois?
Mágoa
Já a chateação de Wilson Brandão, que foi duro em suas palavras após o resultado ("Vejo o resultado com muita tranquilidade, muita serenidade, e só lamento muito que a Assembleia Legislativa escreve em seus anais uma página triste da sua história, quando a democracia perde a luta para a pressão e para a opressão”, disse Brandão) pode ser equacionada com a velha receita: tempo, diálogo e compensações. Mas não se descarta que o deputado, chateado com o que ele avalia como interferência do Karnak, fique do lado de Ciro e deixe a base. A aguardar.