'Na edição do quadro Jogo do Poder dessa quinta-feira (15), no programa Agora, composto pelos jornalistas Arimatea Carvalho, Samantha Cavalca, Efrém Ribeiro e João Carvalho os profissionais explanaram sobre os duelos que invadem o mundo da política. Os analistas políticos avaliaram a saída dos médicos cubanos do Piauí.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse, na quarta-feira, que manterá o Programa Mais Médicos, mas vai substituir os cerca de 8.500 profissionais cubanos por brasileiros ou estrangeiros. Ele afirmou que os cubanos que quiserem atuar no país devem revalidar os diplomas. A afirmação ocorre no momento em que Cuba informou que vai se desligar do Programa Mais Médicos por não aceitar as exigências feitas pelo novo governo, que considera como ameaça.
O secretário de Estado da Saúde do Piauí, Florentino Neto, afirmou que a retirada de médicos cubanos é preocupante para o estado. “No Piauí, nós temos 327 médicos participando do programa Mais Médicos e 202 são cubanos e estão presentes em 101 municípios e a retirada desses médicos é preocupante, porque é uma forma de trabalho que está impactando e melhorando nossos indicadores de saúde. Alguns municípios vão ficar sem médicos porque o único médico que existe é o médico cubano. Nós não estamos preparados para abdicar dessa força de trabalho de uma hora para outra”, disse o secretário
Ananias Ribeiro: “O impacto é grande, pois quase 45% dos médicos do programa são de Cuba, então a questão de encerrar vem a partir de posição muitos claras de Bolsonaro e agora a questão é o que fazer após a saída dos médicos cubanos. No Piauí, são mais de 200 médicos atendendo por esse programa e a grande preocupação agora é de como o governo vai lidar com essa situação”.
João Carvalho: “Quanto mais se distancia dos grandes centro, as dificuldades aumentam com a falta de médicos para atender nos municípios mais distantes. Eu não estou fazendo um julgamento ideológico, mas sim com relação aos atendimento”.
Efrem Ribeiro: “Esse embate gerou outro embate entre o senador Ciro Nogueira e o presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele colocou em seu Instagram um post criticando a posição do Bolsonaro sobre o programa. O senador afirmou que possibilidade do fim do programa é um erro e comparou até a uma tragédia. Serão 38 cidades do Piauí que vão ficar sem médicos”.
"Considero um erro, algo comparável a uma tragédia, sobretudo porque atinge brasileiros mais pobres, moradores das mais carentes e distantes cidades, onde esse programa colocou médicos e que além de saúde ofereceu mais dignidade às pessoas", publicou o senador.
Jair Bolsonaro não deve interferir na eleição do Progressistas
Samantha Cavalca: “Eu perguntei ao senador Ciro Nogueira e ele disse que ainda não procurou o presidente eleito, porque ele entende que esse não é o momento e acha absurda o Bolsonaro está tentando intervir na eleição do Progressista”
Ananias Ribeiro: “Com relação a disputa do Progressistas é que há grupos do Nordeste e Sul/Sudeste e esse grupo disputam o poder da sigla e sempre que há especulação sobre o processo eleitoral surge também as rivalidades e a duvida agora é saber qual grupo vai declarar apoio ao Bolsonaro”
Arimatea Carvalho: “Também acredito no poder de articulação do senador Ciro Nogueira”.
João Carvalho: “O presidente está colocando por baixo um discurso que é dele de não interferir na eleição da Câmara e do Senado, eu acho que para um presidente que não tem uma expertise de liderança ele está comprando uma briga que não é dele e criando um problema que não existia. O problema é quando chega na hora do poder tem o problema da fogueira da vaidade”.
Secretário diz que declaração de Jeová sobre liberação apenas da situação é falsa
O secretário de Governo, Raimundo Eugênio, declarou que vai acompanhar as emendas parlamentares positivas dos vereadores e destacou que vai criar uma unidade para atender os vereadores na liberação dessas emendas.
Eugênio negou ainda que o depoimento do presidente da Câmara Municipal de Teresina, Jeová Alencar, sobre a liberação de recursos para apenas para os vereadores da situação é falsa.
“O município vai criar uma unidade administrativa para ficar fazendo acompanhamento da gestão de cada vereador. Não está havendo nenhuma descriminação, o que está ocorrendo é um acompanhamento dos processos das emendas e agora serão melhor acompanhadas tanto pelo poder Executivo quando o Legislativo. Todos os vereadores tem um dialogo aborto na secretaria de governo e estamos em contato direto”, disse.
Arimatea Carvalho: “O Raimundo Eugenio falou então que vai ser montada uma estrutura para os vereadores não terem o que reclamar em termos burocráticos e vai haver um servidor só para resolver isso”, afirmou.