Por Sávia Barreto
O senador Marcelo Castro (MDB) tem reafirmado, publicamente e em conversas políticas, que considera “improvável” que o PT tenha dois nomes na chapa majoritária de 2022. Isso significa um recado muito claro ao governador Wellington Dias, que pode ser candidato ao Senado no próximo pleito, e cujo partido tem um virtual pré-candidato ao Governo, o secretário de Fazenda, Rafael Fonteles. Castro também é tido como pré-candidato ao comando do Palácio de Karnak, o que repete a disputa interna PT versus MDB para saber quem vai encabeçar a chapa.
A coluna procurou o deputado Franzé Silva (PT), para repercutir a fala de Marcelo Castro. “O senador é uma pessoa muito querida e respeitada dentro do Partido dos Trabalhadores. Avalio que alguns Mdebistas, Ptistas e outros políticos experientes da base aliada começam a ser pautados pela oposição. Essa disputa está vindo de fora pra dentro e começamos a incluir na nossa agenda um tema que pode enfraquecer nossa maior fortaleza, que é a unidade da base aliada”, elencou Franzé.
Foi difícil, mas deu certo
Para o deputado, já está sendo demonstrada essa unidade na Assembleia Legislativa e na difícil convivência nessas eleições municipais, onde não houve acirramentos ou agressões entre MDB e PT, apesar da dificuldade que é o cenário de uma disputa local: “Vou trabalhar pra manter essa unidade da base do governo porque acredito que temos conduzido bem o destino dos piauienses, com um Estado crescendo acima da média dos outros Estados Nordestinos mesmo numa crise como a que atualmente atravessamos”, completou Franzé.
Calma aí
Franzé Silva é taxativo: “No início de 2022 veremos o nome mais forte e que mais agrega pra ganhar as eleições e não deixar o Piauí retroceder. Rafael tem nosso apoio dentro do PT e o senador Marcelo Castro tem o apoio dentro do MDB. São dois nomes com perspectivas de serem imbatíveis, desde que estejamos juntos. Não iremos entrar no jogo da oposição que quer o racha prematuro tentando fomentar a divisão. Seguiremos juntos”.
Pulga atrás da orelha
No subtexto da fala de Marcelo, leia-se a mensagem que o MDB, o PSD e outras siglas da base passam: a definição do candidato da base deve ter critérios estabelecidos desde já, para que as legendas que estão do lado do governo possam optar por um novo caminho com uma alguma margem de manobra antes de 2022. Ou seja, conversar e até mesmo fechar apoio ao grupo de oposição, hoje liderado pelo Progressistas. Já o Governo também passa sua posição de forma clara com a resposta de Franzé: tudo tem seu tempo - e não será agora que nada vai ser resolvido.