Por Sávia Barreto
Qual o saldo do encontro do ex-deputado estadual Dr.Pessoa (sem partido) com o prefeito Firmino Filho (PSDB) ocorrido na manhã desta quinta-feira (18/04)?
1) Firmino dá um recado para a oposição de que tem uma carta na manga para disputar a prefeitura de Teresina em 2020, caso consiga convencer Dr.Pessoa a se filiar ao PSDB ou em um partido aliado. Firmino teria então que compor em seguida com o PTB do ex-senador João Vicente Claudino e com o Progressistas para equacionar uma indicação de vice.
Só há um vice, um dos partidos teria que ficar fora da chapa majoritária e tanto JVC como o Progressistas do senador Ciro Nogueira têm bala na agulha para não aceitar menos que a vice. Vale lembrar que o PSDB tem Sílvio Mendes, Charles da Silveira e Samuel Silveira na disputa para manter o legado de Wall Ferraz em Teresina.
2) Dr. Pessoa dá recado para Themístocles Sampaio, já que o presidente da Assembleia Legislativa está insatisfeito com a demora de Pessoa em decidir se filia-se ou não na sigla. Os dois, apesar dos esforços do vereador Jeová Alencar (PSDB), estão sem se falar. A mensagem é clara: Pessoa tem peso nas eleições 2020 e mesmo querendo ser cabeça de chapa seria um vice dos sonhos para qualquer um que almeje o comando do Palácio da Cidade.
3) Em 2016, Firmino teve 51% dos votos sendo reeleito para um mandato de quatro anos já no primeiro turno contra Dr. Pessoa (então no PSD), que teve 39% dos votos. Ou seja, há quatro anos o discurso de Pessoa era contrário à administração municipal. Imagine um debate em que o ex-deputado seja candidato de Firmino e precise ser confrontado com todas as críticas já feitas ao tucano?
Missão difícil - não impossível - será convencer o eleitor de que tem um discurso coerente caso passe a andar ao lado daqueles que até bem pouco tempo fez críticas ferrenhas. Se esse for o caminho, Dr.Pessoa precisa desde já começar a pavimenta-lo.
4) Dr.Pessoa tem carisma, falta cálculo político. Firmino tem cálculo político de sobra, e Themístocles nem se fale. Se andar com qualquer um dos dois, Pessoa tem chances potencializadas de ser eleito sem cair nos erros de sempre: a falta de estrutura para enfrentar uma campanha majoritária. Se terminar se filiando num partido pequeno, Pessoa vai nadar e morrer na praia numa briga de peixe grande.