Pós-debate: Os desafios de cada candidato a prefeito de THE; análise

Pós-debate: Os desafios de cada candidato a prefeito de THE; análise

Por Sávia Barreto

O debate promovido pela TV Meio Norte neste domingo, 27, entre os candidatos a prefeito de Teresina, traz à tona alguns desafios que os postulantes à Prefeitura de Teresina terão daqui para frente. Para Kléber Montezuma (PSDB), por exemplo, é fato que ele será o principal alvo dos adversários e tirando o tom de poucas críticas de Mário Rogério - cujo partido, Cidadania, é historicamente aliado do Palácio da Cidade – Kléber precisa encontrar o equilíbrio entre defender a gestão tucana e, ao mesmo tempo, não “pegar ar”, ou seja, não demonstrar uma irritação acima do tom.

Batedor

Já Dr. Pessoa, que lidera as pesquisas, se comporta como o batedor de Kléber. É perceptível para o eleitor que as críticas de Pessoa não soam ensaiadas, e sim autênticas, mas também é preciso que o próprio Pessoa lembre que lidera as pesquisas. Portanto, pode e deve manter-se mais leve, explorando o carisma que lhe é característico e o trouxe até agora caso não queira transmitir ao eleitor nervosimo. Citações muito específicas, como números, parecem confundir o candidato do MDB  e devem ser evitadas por ele (mas provavelmente serão exploradas pela oposição, como já se viu em muitos vídeos no Whatsapp). Será uma casa de banana a ser evitada.

Os Fábios no pique

Já Fábio Abreu (PL) tem demonstrado mais segurança no discurso, com ideias embaladas de forma clara para o eleitor, puxando sempre para si a ideia de capacidade de mudança positiva no comando da cidade. A segurança pública, naturalmente, é sua vitrine tanto pelo lado positivo como pelo negativo, pois a oposição tenta explorar brechas para ataca-lo justamente nesse campo. O desafio de Abreu é transmitir segurança em outros temas da mesma forma que fala sobre segurança pública. 

Fábio Novo (PT) trouxe todo um ar de otimismo e esperança no discurso, conseguindo se desvencilhar de críticas mais pesadas ao Governo do Estado e marcando uma identidade própria mais leve do que a incorporada pelo partido para o eleitor mais crítico da capital. Esse é seu desafio: ao mesmo tempo em que mantem a identidade própria, precisa mostrar ao eleitor que entende com profundidade dos problemas mais sérios que afilgem aos teresinenses.

Pra valer 

Já Simone Pereira, para quem não a conhecia, conseguiu mostrar que transita bem por muitos temas, revelando que a candidatura do PSD tenta apresentar, de fato, uma visão de cidade distinta da tucana. Para muitos que apostaram em sua desistência na reta final, deixou claro que não está para figurar. Para alguns, a postura mais dura que Simone incorpora pode soar como arrogância, mas ela leva pontos por manter a autenticidade e não temer se portar como uma mulher que tem autoridade de fala. 

Major Diego (Patriota) foi fiel ao discurso bolsonarista, explorando sua veia digital e com um carisma que se assemelha ao do próprio Bolsonaro, assim como Fábio Sérvio (Pros), que trouxe dados na ponta da língua e "pimenta" às críticas que fez para todos os lados. Faltou delinearem melhor os próprios projetos, falha que pode ser explorada nos próximos debates.

Boas surpresas

Ainda tímida, Gessy Fonseca (PSC) foi escolhida de última hora pelo partido no lugar de Valter Alencar, mas se mostrou uma escolha certeira, pois conseguiu se apresentar com simpatia ao eleitor médio cumprindo o papel de defender o mote principal do partido, especialmente na defesa dos empreendedores. Lucineide Barros (PSOL) foi outra surpresa contundente, demonstrando a segurança de professora universitária tanto nas críticas como na confecção de propostas que revelavam profundidade no entendimento multidisciplinar dos problemas da cidade.

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