Já é praxe que recrutadores analisem informações de perfis pessoais de redes sociais na hora de avaliar um candidato para uma vaga de emprego. Mas ainda há poucos estudos que comprovam a eficácia de usar esses dados para medir a compatibilidade de um profissional com o trabalho.
Uma nova pesquisa americana de professores da escola de negócios da Flórida State University mostra que as empresas devem tomar cuidado ao basear seu processo de seleção nesse tipo de informação.
No estudo, recrutadores de diversas organizações avaliaram o nível de "empregabilidade" de estudantes universitários em busca de emprego com base nos seus perfis do Facebook. Um ano depois, os professores entrevistaram supervisores desses mesmos profissionais, já empregados, para saber seu desempenho no trabalho e seus níveis de rotatividade. O resultado mostrou que as avaliações dadas por recrutadores com base nos perfis do Facebook não têm relação nenhuma com o desempenho dos profissionais no emprego ou a intenção de esses profissionais deixarem as vagas.
Segundo os pesquisadores, a avaliação dos perfis de Facebook não foi útil para fornecer informações que pudessem ser conseguidas em outros tipos de seleção, como avaliações de personalidade, habilidades cognitivas e as notas no curso de graduação. Além disso, o estudo identificou que os recrutadores, no geral, deram notas melhores a perfis de estudantes mulheres do que aos de homens e deram preferência a perfis de estudantes brancos em relação a negros e hispânicos. Em nenhum dos casos essas avaliações foram capazes de prever o desempenho posterior dos profissionais no mercado de trabalho.