Ao longo de todo este ano – e desde sempre – se comenta sobre a necessidade de seguir estudando, mesmo quando não há um bom edital em vista. Esse tempo é o que define, basicamente, quem será aprovado. Sim, porque, depois que as notícias de um bom concurso começam a ser divulgadas, uma quantidade enorme de pessoas já começa a se preparar. A partir daí, torna-se mais difícil ganhar uma dianteira significativa.
Há alguns dias, o ministro do planejamento declarou: os concursos federais voltarão a ser autorizados em 2018. Sabíamos que alguma hora isso teria de acontecer, ou determinadas atividades de responsabilidade do governo seriam inviabilizadas.
Eu não sei o que você fez durante o ano de 2017, se você ficou desanimado com as más notícias e com a baixa perspectiva de concursos federais. Tomara que não. Tomara que você tenha lido a gente aqui e percebido que outros concursos continuaram a acontecer. Tomara que você tenha entendido que quem resolve fazer concursos públicos não para nunca mais, até ser aprovado e tomar posse.
De todo jeito, ainda que você tenha sido contaminado pelo desânimo, se ainda tem planos de seguir a carreira pública, retome ou inicie os estudos agora, já, imediatamente. Não espere mais nada, ou correrá o risco de ficar embolado com todo mundo quando sair um bom edital. E as chances de aprovação podem se tornar muito reduzidas.
Estudar sem edital
Não se sabe quais concursos federais serão autorizados, mas é possível estudar mesmo sem essa informação. Até porque a minha sugestão não é que você estude para um edital, mas para uma quantidade maior de oportunidades.
Para fazer isso de forma produtiva, é preciso usar uma estratégia adequada: você vai estudar para concursos que sejam parecidos, e que cobrem mais ou menos as mesmas matérias. Você escolhe uma área de concursos e aproveita a mesma preparação para diversos editais, sejam eles federais, estaduais ou municipais.
Como artifício válido para ajudar a manter o ritmo, você pode imaginar que vai sair um bom concurso daqui a alguns meses – escolha uma data fictícia, para ajudar. Assim, não há tempo a perder, porque, quando o edital for mesmo publicado, seria muito ruim sofrer o arrependimento por não ter estudado a sério enquanto havia tempo.
O estudo deve começar pelas matérias comuns a esse grupo de concursos. Sempre haverá alguma disciplina que cai somente em um ou em outro, e essas devem ser deixadas para depois. Se você conseguir adiantar bastante o aprendizado em relação às disciplinas comuns, terá algo em torno de 70 a 80% do conteúdo de vantagem em relação a quem começar a estudar quando sair um edital.
Além disso, as matérias específicas são, muitas vezes, a legislação do órgão ou outro conhecimento não muito complexo para ser apreendido. Ainda que seja cobrada também uma matéria mais complicada, você terá tempo para dedicar a essa parte, porque o resto já terá sido estudado e, se houver bastante dedicação e antecedência suficiente, estará bem sedimentado – você só vai precisar revisar tudo no período entre o edital e a prova.
Mais um benefício de se preparar dessa forma: ainda que a aprovação não venha no primeiro concurso, a cada novo edital você terá melhores condições, porque segue aprofundando o mesmo grupo de matérias comuns. Por isso não vale a pena trocar de estilo de concurso a cada novo edital - você estaria desprezando o conhecimento adquirido, e se juntando aos milhares de pessoas que começaram a estudar para aquele concurso, indo para o fim da fila, junto com todo mundo.
Para ajudar na motivação, veja alguns dos concursos federais que precisam (e devem) ser autorizados, seja pelo tempo decorrido desde o último concurso, seja pelo déficit de funcionários:
- Receita Federal
- Polícia Federal
- Polícia Rodoviária Federal
- Banco Central
- Ministério do Trabalho
E lembre-se que também as outras unidades da federação continuam realizando concursos, alguns muito bons. Então, prepare-se bem, porque só os melhores pegarão as vagas.