FGV é responsável por concurso do Senado, diz Sarney

Presidente do Senado disse que comissão pediu explicação à organizadora.

José Sarney | Divulgação
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O presidente do Senado, José Sarney, afirmou nesta segunda-feira (12) que a responsabilidade pela anulação de três provas do concurso do Senado é exclusivamente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), contratada para elaborar e aplicar os exames. Sarney informou que o Senado pediu à FGV explicações detalhadas sobre as falhas e pediu rapidez na reaplicação das provas.

"A Fundação Getúlio Vargas é responsável por todo o concurso, então saiu uma nota pedindo justamente que ela nos informe de tudo o que aconteceu e a responsabilidade é dela", afirmou.

Três categorias do cargo de analista legislativo do concurso do Senado, realizado neste domingo (11), tiveram o exame cancelado. A seleção teve erros detectados nos cadernos de prova para as áreas de informática - nas subáreas de análise de sistemas (8 vagas) e análise de suporte (3 vagas) - e área de saúde e assistência social, na especialidade enfermagem (6 vagas).

Em nota, a Comissão do Concurso Público do Senado reforçou que é a FGV quem deve responder pela anulação das provas.

"A Comissão do Concurso Público informa que tais fatos são de exclusiva responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas à qual o Senado Federal encaminhou, por meio da Comissão, ofício solicitando explicações detalhadas sobre o ocorrido e pedindo celeridade nas providências destinadas à reaplicação das provas", disse a comissão em nota divulgada nesta segunda.

A nota informa ainda que o calendário da seleção está ?integralmente mantido? para todas as demais áreas que não foram afetada.

Confira a íntegra da nota publicada no Blog do Senado:

?COMISSÃO REQUISITA INFORMAÇÕES DA FGV SOBRE PROBLEMAS NO CONCURSO E PEDE AGILIDADE NA REMARCAÇÃO DAS PROVAS

O presidente da Comissão do Concurso do Senado Federal divulgou na manhã desta segunda-feira, 12, a nota que se segue:

" As provas do Concurso Público do Senado Federal referentes aos cargos de consultor legislativo, técnico legislativo e policial legislativo, aplicadas no período da manhã do dia 11 de março de 2012, transcorreram na mais absoluta normalidade, sem qualquer tipo de intercorrência.

No período da tarde, em que foram aplicadas as provas para o cargo de analista legislativo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) reportou à Comissão do Concurso Público problemas com a impressão das provas para a área de Enfermagem e para as subáreas de Análise de Sistemas e de Análise de Suporte de Sistemas. Como os problemas se mostraram incontornáveis, a Fundação, após consulta à Comissão do Concurso Público, decidiu pela reaplicação das provas a todos os candidatos da área e das subáreas afetadas, em todas as capitais, de forma a garantir a isonomia do certame e evitar prejuízos aos inscritos. A data da reaplicação, tão logo seja definida, será comunicada pela FGV a todos os candidatos atingidos e será alvo de edital de convocação a ser publicado no Diário Oficial da União.

A Comissão do Concurso Público informa que tais fatos são de exclusiva responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas à qual o Senado Federal encaminhou, por meio da Comissão, ofício solicitando explicações detalhadas sobre o ocorrido e pedindo celeridade nas providências destinadas à reaplicação das provas.

Por fim, esclarecemos a todos os candidatos das áreas que não foram afetadas que o calendário do Concurso Público está integralmente mantido.

DAVI ANJOS PAIVA"

Nova prova

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) pode anunciar ainda nesta segunda a data da prova para três funções do concurso do Senado que tiveram o exame cancelado.

No total, 10.447 pessoas terão que fazer o novo exame. O salário para esses cargos é de R$ 18,4 mil. No total, o concurso do Senado oferece 246 vagas - 157.939 candidatos se inscreveram, dos quais 63.194 para as diferentes funções do cargo de analista legislativo.

A FGV informou, por meio de nota, que o concurso foi anulado para três categorias diferentes do cargo de analista legislativo após serem "detectadas inconsistências técnicas (insuficiência de cadernos de provas em algumas salas)". A organizadora do concurso disse ainda que a data para um novo exame vai ser anunciada e enviada aos candidatos pelos Correios. A assessoria da FGV destacou que as provas para os outros cargos continuam válidas.

Ao todo, são 642 candidatos por vaga, disputando cargos com salário que variam de R$ 14 mil a quase R$ 24 mil.

Boletim de ocorrência

O anúncio da anulação de parte das provas ocorreu depois que um grupo de cerca de 25 candidatos registrou na tarde de domingo (11) um boletim de ocorrência na 21ª Delegacia de Polícia de Brasília reclamando de irregularidades na aplicação das provas.

De acordo com os relatos dos candidatos, os cadernos de provas para o cargo de analista de suporte e analista de sistemas foram trocados em quatro salas da Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas (Facitec), um dos locais de prova em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília.

O G1 teve acesso à ata da sala de provas na qual ficou registrado o pedido dos fiscais para que os candidatos deixassem a sala sem concluir o exame. Esse documento é usado pela organização do concurso para registrar ocorrências durante a aplicação das provas e foi assinado pela coordenadora de provas do local e por uma representante dos candidatos.

?Acho que conseguimos cancelar a prova porque os fiscais da própria FGV pediram para nos retirarmos da sala. Se tivéssemos deixado a sala por conta própria, essa decisão não teria saído tão rápido. Estamos tristes com a situação, mas ao mesmo tempo felizes por já termos uma solução?, afirmou Nívea Costa Araújo, candidata a uma vaga no Senado.

O delegado de plantão, que recebeu a queixa, Rodrigo Sanches Duarte afirmou que a organização do concurso e os candidatos serão ouvidos . ?Vamos apurar para ver se houve algum crime. É preciso intimar as partes e analisar. Se houve o erro, essas pessoas teriam direito à indenização pelo menos do valor da inscrição?, disse.

Os candidatos que denunciaram o problema disseram ter recebido a prova errada às 15h30 e afirmaram que foram dispensados da prova pela coordenação do concurso por volta das 16h10. Pelo edital, os candidatos só poderiam sair a partir das 17h.

De acordo com relatos dos candidatos, o suposto erro foi constatado porque, segundo eles, assunto da redação não condizia com o programa de estudo previsto no edital.

"Mesmo assim a coordenadora de prova mandou a gente continuar a prova sem um caderno de respostas. Quando percebemos o tamanho do problema, falamos que não tinha como serem feitas as provas e decidimos parar imediatamente?, afirmou Mário Higino, gerente de segurança da Informação, que disputa uma vaga de analista de suporte no concurso.

"Já estava havia três anos estudando para esse concurso. Foi uma dedicação praticamente exclusiva na reta final. Até tirei férias para me dedicar aos estudos. É uma decepção muito grande o que aconteceu. Não tem explicação. Queremos uma solução da FGV?, lamentou Sandro Pereira, servidor do Ministério Público da União, que concorre a uma vaga de analista de suporte no Senado.

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