Covid-19: Alemanha e França terão lockdown parcial para conter 2ª onda

As novas medidas ocorrem em uma semana de forte alta nos casos de Covid-19 na Europa, com mais diagnósticos do que a onda mortal vista no primeiro semestre.

Alemanha | Divulgação
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Os governos da Alemanha e da França anunciaram nesta quarta-feira (28) um lockdown parcial para conter a segunda onda do novo coronavírus nos dois países.

As novas medidas ocorrem em uma semana de forte alta nos casos de Covid-19 na Europa, com mais diagnósticos do que a onda mortal vista no primeiro semestre. O intuito é evitar colapso de hospitais, como ocorrido meses atrás, no começo da pandemia.

Em comum, as novas diretrizes anunciadas incluem o fechamento de bares e restaurantes. Apenas escolas podem abrir.

Alemanha

O governo alemão determinou o fechamento de bares, restaurantes e outros estabelecimentos a partir de segunda-feira (2). Comércios e escolas abrirão, mas as autoridades reforçaram as recomendações para que as pessoas permaneçam em casa. Além disso, os encontros sociais ficam limitados a até 10 pessoas de famílias diferentes.

Em reunião com autoridades locais, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que os números da Covid-19 aumentaram rápido demais no país e que o nível dos contágios fugiu de controle.

"Estamos agora em um ponto em que, pela média nacional, não sabemos mais de onde vieram 75% das infecções. Só conseguimos verificar 25%", explicou Merkel.

A decisão foi tomada depois que autoridades de saúde alemãs registraram quase 15 mil novos casos em 24 horas — o maior número de diagnósticos diários no país desde o início da pandemia. São mais de 449 mil casos de Covid-19 desde o começo da crise sanitária na Alemanha.

Segundo o governo alemão, os hospitais do país ainda têm capacidade de lidar, em número de leitos, com os infectados pela doença. Porém, há o temor de que a ocupação hospitalar se torne um problema nas próximas semanas.

Alemanha terá lockdown parcial Foto: Michael Probst/AP 

França

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a retomada de medidas como o fechamento de bares, restaurantes e comércios e a volta da exigência de que as pessoas que circulem nas ruas apresentem justificativas. As escolas até o ensino médio permanecem abertas, mas deverão seguir protocolos que ainda não fora divulgados.

Além disso, o governo determinou que o país foque totalmente em obras públicas e na produção industrial para evitar um tombo ainda maior na economia. As autoridades, no entanto, pedem que as empresas favoreçam o trabalho de dentro de casa.

O comércio, segundo o presidente, poderá reabrir em 15 dias caso as autoridades avaliem que as primeiras semanas do lockdown deram bons resultados.

Em pronunciamento na televisão, Macron avaliou que o impacto da segunda onda da Covid-19 será pior do que o primeiro pico da doença no país, entre março e abril.

"A segunda onda será sem dúvidas mais dura e mortal do que a primeira", disse Macron.

De acordo com as autoridades de saúde francesas, entre 40 mil e 50 mil novas infecções têm sido identificadas todos os dias.

Presidente francês, Emmanuel Macron Foto: Christian Hartmann/Reuters 

Casos explodem na Europa

As novas medidas de fechamento ocorrem em uma semana de forte alta dos casos de novo coronavírus na Europa, com mais diagnósticos do que a onda mortal da Covid-19 vista no primeiro semestre.

Diversos países europeus impuseram medidas rígidas de fechamento de estabelecimentos, como na Itália, ou lockdowns quase completos, como na Polônia. Isso gerou revolta em parte da população, com protestos nos países.

Na Espanha, as regiões de Castilla-La Mancha e Castilla y León determinaram os fechamentos de suas fronteiras locais. Em Madrid, o governo da capital pediu o fechamento apenas em feriados.

Outro país que retomou medidas de isolamento, a República Tcheca decretou toque de recolher a partir desta quarta entre as 21h e 6h (horários locais). O país já havia estabelecido limitações na circuação, o fechamento de lojas, escolas e restaurantes e o uso obrigatório de máscaras.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a região europeia — que, além do continente europeu, inclui Rússia, Turquia, Israel e países da Ásia Central — respondem por quase metade dos mais de 2,8 milhões de novos casos do coronavírus relatados na semana passada.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o continente está na segunda onda e alerta: "Acho que o Natal deste ano vai ser um Natal diferente".

Missa de Finados sem público

O Papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (28) que a tradicional missa do Dia de Finados não será aberta aos fiéis no Vaticano. A medida foi tomada para conter o avanço da segunda onda do novo coronavírus na Europa.

A cerimônia, que acontece em 2 de novembro, marca o dia em que os católicos rezam pelos mortos. Neste ano, a celebração acontecerá de forma privada no Campo Teutônico, um pequeno cemitério dentro dos portões da cidade que é a sede da Igreja Católica.

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