A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota nesta quinta-feira (26) para afirmar, entre outros pontos, que a "aprovação de uma vacina pela autoridade regulatória da China não implica aprovação automática para o Brasil".
"(...) é importante esclarecer que o reconhecimento tácito da aprovação por outras agências para registro de vacinas aqui no Brasil não é previsto em lei e pode representar risco à população brasileira", afirmou a agência.
A nota foi divulgada pela Anvisa após entrevista de João Doria (PSDB), governador de São Paulo, ao portal Metrópoles quinta-feira (26).
O governador afirmou que a CoronaVac, vacina contra Covid-19 da chinesa Sinovac que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan, poderá ser aplicada no país mesmo que não obtenha o registro da Anvisa, desde que receba o aval de agências reguladoras de outros países.
"Não há outro caminho que não liberar (a CoronaVac) dentro dos critérios que a Anvisa tem, que são os mesmos critérios de protocolos internacionais de outras agências de vigilância sanitária que também estão avaliando a vacina CoronaVac, nos Estados Unidos, na Europa, sobretudo na Ásia, é proveniente da China. Essas agências, se validarem a vacina, ela estará validade independentemente da própria Anvisa", disse ele.
Doria citou que há entendimento internacional e aceitação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o uso seria liberado em uma situação de pandemia.
Agência rebate governador
Na nota divulgada às 16h53, a Anvisa trata ainda de outros pontos abordados por Doria na entrevista, que foi publicada no começo da manhã.
A Anvisa negou que já tenha recebido dados de estudos clínicos da CoronaVac, contrariando uma das declarações de Doria.
A agência afirma que teve reunião nesta quinta-feira com o Instituto Butantan e que avisou o órgão que o "pacote de informações necessárias para a avaliação da vacina ainda não foi concluído pelo Instituto".