Os estudos que avaliam o impacto das variantes para a eficácia das vacinas desenvolvidas contra a Covid-19 são contínuos. Os resultados são dinâmicos e podem apresentar variações de acordo com a população e a metodologia utilizadas.
Um relatório semanal da Public Health England afirma que os diversos estudos conduzidos no Reino Unido indicam que uma dose única de qualquer uma das vacinas disponíveis no país apresenta de 55 a 70% de eficácia contra doença sintomática e níveis ainda mais elevados de proteção contra doença grave, incluindo hospitalização e morte. O país conta com os imunizantes da AstraZeneca, Pfizer e Moderna.
Segundo o relatório, a proteção é ainda maior após a segunda dose das vacinas. "Agora também há evidências de uma série de estudos de que as vacinas são eficazes na proteção contra infecções e transmissão", diz o texto.
Um outro estudo de cientistas do Reino Unido comparou a efetividade das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca diante das variantes Alfa e Delta. Os resultados do estudo publicados no periódico científico New England Journal of Medicine mostram que a efetividade após uma dose da vacina (Pfizer ou AstraZeneca) foi significativamente menor entre as pessoas infectadas com a variante Delta (de até 35%) quando comparada com aqueles que apresentavam a variante Alfa (de até 51%). Após a segunda dose, a efetividade indicou níveis variáveis, superiores a 60%, para as duas vacinas contra as duas variantes.
Em uma outra pesquisa, cientistas mostraram que duas doses de vacinas são eficazes na prevenção de hospitalização e morte. No entanto, os níveis de neutralização dos soros de vacinados são mais baixos contra a variante Delta em comparação com a cepa original.
Um estudo publicado no New England Journal of Medicine testou a neutralização contra a variante Delta de soros de indivíduos que se recuperaram da infecção natural pela Covid-19 e de indivíduos que receberam as duas doses das vacinas da Moderna e Pfizer. Os resultados apontaram uma redução de cerca de 2,9 vezes na capacidade de neutralização, o índice baixo indica que ainda assim os imunizantes conferem proteção.
No que diz respeito à variante Lambda, até o momento, os dados permanecem incertos sobre o nível de proteção das vacinas. Segundo os cientistas, são necessários estudos complementares para responder essa questão.
Um artigo preprint, sem revisão por pares, mostrou com base em experimentos de laboratório que três mutações - chamadas de RSYLTPGD246-253N, 260 L452Q e F490S - encontradas na proteína Spike da variante Lambda podem conferir resistência à imunidade induzida por vacinas.