O estado de São Paulo recebe nesta quarta-feira (30) mais 1,6 milhão de doses prontas da Coronavac, vacina contra o coronavírus produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Essa é a sexta e última remessa do ano vinda da China. As informações são do G1.
A carga veio em um voo comercial e chegou ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O voo que durou 12 horas chegou 20 minutos antes do previsto no terminal aéreo internacional, por volta das 5h30. O avião saiu da China e fez uma escala em Zurique, na Suíça.
Inicialmente, o Instituto Butantan informou que o lote trazia 1,5 milhão de doses, mas posteriormente atualizou o número para 1,6 milhão de doses da vacina.
Com a chegada do novo lote, o Butantan já recebeu 10,8 milhões de doses da Sinovac. A vacina ainda não tem autorização da Anvisa para uso e está na terceira fase de testes.
Na segunda-feira (28), chegou o quinto lote da vacina com 500 mil doses prontas.
O primeiro lote com 120 mil doses chegou ao Brasil no dia 19 de novembro. O segundo carregamento, com 600 litros a granel do insumo, correspondente a um milhão de doses, desembarcou em 3 de dezembro. Já a terceira remessa, com 2 milhões de doses, foi recebida em 18 de dezembro.
Na véspera de Natal (24), São Paulo recebeu a maior carga de 5,5 milhões de doses composta por 2,1 milhões na forma pronta para aplicação e mais 2,1 mil litros de insumos, correspondentes a 3,4 milhões de doses que serão envasadas na fábrica do Butantan. A carga com o maior lote de imunizantes foi recebida no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior do estado.
Em 23 de dezembro, o governo de São Paulo anunciou que a CoronaVac é eficaz, mas adiou novamente a divulgação dos resultados da terceira fase de testes. A comprovação da eficácia é necessária para que a vacina seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Eficácia
Qual é a taxa de eficácia da vacina? O valor não foi anunciado mas, segundo o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, foi superior ao valor mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 50%.
A taxa de eficácia é um conceito que se aplica a vacinas na fase 3 de estudos (última fase dos testes em humanos). Ela representa a proporção de redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado. Na prática, se uma vacina tem 90% de eficácia, isso significa dizer que 90% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
Estudo da fase 3
Quais os dados completos do estudo da fase 3? Os dados não foram divulgados. É aguardado que os desenvolvedores submetam suas conclusões ao comitê de uma revista científica. Além da revisão dos pares, a publicação deve esclarecer detalhes como eficácia em diferentes faixas etárias, segurança (reações adversas) e, entre outros, quanto tempo após a segunda dose a imunidade é atingida.
No Brasil, a vacina foi testada em 16 centros de pesquisas, em sete estados e no Distrito Federal. Treze mil voluntários brasileiros participaram dos testes.