Chile vacina 30% da população com 1 dose e se torna exemplo; entenda

13% da população chilena já foi imunizada com as duas doses da vacina, o que garante a proteção completa contra o coronavírus.

Vacinação | Esteban Félix/AP/Arquivo
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O Chile foi o primeiro país da América do Sul a começar uma campanha de vacinação contra a Covid-19, ainda no fim do ano passado. Em menos de três meses, o país vacinou cerca de 30% de sua população com pelo menos uma dose. As informações são do G1.

Vacinação no Chile, até sexta (19):

5.475.578 primeiras doses aplicadas

2.641.738 receberam as duas doses

41.321 vacinados nas últimas 24h

Mas os planos do governo de Sebastián Piñera são ambiciosos: o presidente prometeu que 80% dos chilenos serão vacinados até o mês de julho. Ele mesmo, Piñera, de 71 anos, recebeu as duas doses da vacina, o que garante a proteção completa.

O país de 19 milhões de habitantes se tornou exemplo na região pela rapidez de sua campanha. Entenda como é que o Chile chegou até aqui:

Compra antecipada e garantia de doses

Calendário claro e organizado

Coordenação do governo federal

Foto: Esteban Félix/AP/Arquivo

Doses contratadas

O governo chileno começou a negociar a compra de vacinas com muita antecedência e encomendou, até agora, cerca de 36 milhões de doses – isso é o bastante para imunizar duas vezes a população do país.

Até o momento, a autoridade sanitária chilena autorizou o uso emergencial das vacinas da Pfizer/BioNTech e Sinovac – são elas as usadas na campanha de vacinação gratuita e voluntária coordenada pelo Ministério da Saúde.

A vacina da Pfizer foi a primeira a ser aprovada em todo o mundo, já a da farmacêutica Sinovac, a Coronavac, é a mesma distribuída no Brasil que aqui é produzida em parceria com o Instituto Butantan. As doses do Chile são importadas diretamente da China.

Além disso, o Chile tem acordos de compra com ao menos quatro farmacêuticas: Sinovac, Pfizer/BioNTech, AstraZeneca e Johnson & Johnson – fechados enquanto ainda estavam em diferentes fases de pesquisas.

Foto: Ivan Alvarado/Reuters/Arquivo

Calendário

O Chile começou sua campanha de vacinação na véspera de Natal do ano passado, assim que o primeiro carregamento da Pfizer desembarcou no país, após a aprovação da agência reguladora.

Naquele momento, com escassez de doses, apenas profissionais da saúde da linha de frente foram vacinados – cerca de 600 mil pessoas.

Com a importação de mais vacinas, o governo chileno ampliou a vacinação para idosos acima dos 60 anos, profissionais da educação – professores e funcionários de escolas –, e foi reduzindo semanalmente a faixa etária dos vacinados.

Foto:: Ministério da Saúde

Na segunda quinzena de março, o país anunciou a vacinação de pessoas com idades entre os 16 e 45 anos – a cada dia um grupo, dos mais velhos aos mais novos – com doenças crônicas como asma, hepatite, obesidade, cardiopatias e câncer.

Semanalmente, o Ministério da Saúde anuncia os novos grupos que podem receber a vacina, que é distribuída em centros de saúde pelo país.

Entre os dias 22 e 28 de março, o Chile começa a imunização de trabalhadores do transporte e de serviços essenciais, pessoas com mais de 57 anos também começarão a ser vacinadas.

Aposta de Piñera

O investimento na vacinação foi uma aposta do governo de Sebastián Piñera, que ainda no início da pandemia seguia afundado na crise política e social iniciada em 2019. Com o sucesso na negociação e aplicação das vacinas, Piñera tenta recuperar sua popularidade.

O Chile demorou um pouco para responder aos avanços da doença no país, e chegou a registrar – logo na primeira onda da pandemia – mais de 7 mil novos casos de infecção a cada dia. Criticado por privilegiar a economia do país sobre a saúde da população, Piñera se viu obrigado a decretar uma quarentena pesada para conter a Covid-19, medida que ainda segue mesmo com a vacinação bastante avançada.

Ao menos 10% da população chilena enfrenta algum tipo de bloqueio – isso por conta do plano Passo a Passo, em que há cinco fases de controle da pandemia, sendo a Fase 1 o lockdown completo e a 5, normalidade. Além disso, o país está sob o estado de emergência, com toque de recolher a partir das 22h.

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