Ícone da dramaturgia brasileira, o ator Tarcísio Meira morreu na manhã da última quinta-feira (12) vítima da Covid-19. Aos 85 anos, ele tinha recebido a segunda dose da vacina contra Covid em março, o que acendeu o debate sobre a eficácia dos imunizantes.
A infectologista Ana Carolina D’Ettorres explicou que as vacinas impedem formas graves e óbito, mas nenhum dos imunizantes, por melhor que seja, evita 100% dos casos.
Risco entre os idosos é ainda maior
No idoso, particularmente, existe um fenômeno chamado imunossenescência, que é o envelhecimento do sistema imunológico. Por natureza do envelhecimento, ele produz menos anticorpos ao longo dos anos.
“Usando a vacina ele tem uma possibilidade maior de passar pela Covid. Não anula os riscos totalmente, mas a chance de ele sobreviver é maior. Nenhum idoso responde à vacina como um jovem de 30 anos. Ele terá uma eficácia menor, isso é esperado”, detalha a especialista.
Existem muitas variáveis que vão além da simples introdução da vacina. “Cada corpo reage de uma forma. Existem algumas particularidades, por exemplo, em pacientes que têm deficiência de imunidade e oncológicos, que produzem menos anticorpos”, disse Ana Carolina.
Vacinas não são 100% eficazes para evitar mortes
A infectologista esclarece que nenhuma vacina, de nenhum laboratório, garante 100% de eficácia contra óbitos. As vacinas reduzem a gravidade e aumentam a chance de sobrevivência do vacinado.
“A eficácia das vacinas é analisada diante da média populacional observada pelo estudo. Existem alguns subgrupos específicos que podem reagir menos à vacina. Infelizmente alguns óbitos vão acontecer. O objetivo da vacinação é reduzir o global, a queda do número de óbitos em grande escala. Isso vemos com clareza desde o início da vacinação no Brasil”, reforça Ana Carolina.