E quem disse que em um hospital não pode ter música para alegrar os pacientes? No Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), em Fortaleza(CE) uma técnica de enfermagem tem transformado o ambiente cheio de preocupação em local de esperança. Tudo através da música.
Todos os dias, ela sai de casa, com seus equipamentos de trabalho e na bagagem diária, faz questão de trazer um violão.
É na Enfermaria Covid que ela mostra o seu talento e faz os pacientes se sentirem bem melhores. São onze anos de trabalho nessa unidade do hospital e desde que começou a trabalhar na pandemia, ela vê o sofrimento dos pacientes.
A música é uma forma de acalmá-los nesse momento de preocupação. Acabou se tornando um alento para eles.
O encontro de Luciana com o seu talento começou bem antes dela se desenvolver na área da saúde, mas isso nunca a impediu de acolher sua outra paixão: cuidar de pessoas. Um dos lemas da profissional, que atua na linha de frente no combate ao vírus, é “quem canta, ora duas vezes”. “Eu testei positivo para o coronavírus no ano passado e ele (o instrumento) foi meu refúgio. Eu me identifico muito com a música, tanto gospel como popular. Meu violão sempre anda no meu carro”, afirma.
Empatia
Mas a emoção maior foi quando Luciana viu os pacientes sozinhos, diante de uma doença até então misteriosa e impedidos de receber visitas — seguindo o protocolo de segurança contra a Covid-19. Ela conta que foi neste momento que conseguiu perceber o poder da música.
“Na pandemia, nós notamos a carência do paciente. Temos um retorno muito especial. Levamos um pouco de fé e esperança e recebemos isso de volta. Em um plantão recente, o paciente pediu para ouvir determinada música e nós notamos como ele transformou o semblante após a canção. Eles choram, se emocionam.”
Um dos casos mais recentes foi de uma paciente de 28 anos, portadora de Síndrome de Down, fã do cantor Luan Santana. Ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid e recebeu a presença da técnica, que cantou músicas do sertanejo. A emoção contagiou o ambiente e a paciente chegou, inclusive, a bater palmas. Dias depois, recuperada, saiu do tratamento intensivo.
O pai da paciente não segurou as lágrimas ao ver o vídeo da filha recebendo o carinho da equipe de Enfermagem. “Foi muito bonito ver que até a música que minha filha gosta levaram para dentro do hospital. Eu não tenho como agradecer tanto carinho”, diz Francisco de Assis.
São esses retornos que tocam o coração de Luciana. “Lembro de uma paciente, quando fazíamos em todos os fins de semana a passagem com a música, que chegou para mim e falou que todo domingo fica na ansiedade, nos esperando. E a gente sente que é o mínimo que podemos fazer. Sabemos que estamos sendo um vínculo para a esperança, uma lembrança com a família”, reconhece, emocionada.(Com informações Portal Governo do Ceará-Bruno Brandão - Ascom do HGWA)