Por Gabriel Bonfim e Isabel Cardoso
O Piauí é um dos 9 estados brasileiros que ultrapassaram a marca de 90% da população vacinada com a primeira dose da vacina contra a Covid-19. “Essas porcentagens são exatamente na faixa de 0 até acima de 90 anos de idade.
Essa porcentagem seria em cima da população geral”, explica Herlon Guimarães, Superintendente de Atenção à Saúde e Municípios. Os números divulgados pelo painel epidemiológico do Piauí revelam que estamos chegando próximos da imunização.
Segundo o governador Wellington Dias, a exigência do passaporte de vacina serve como um estímulo para realizar a imunização e proteger a população. “Adotei medidas orientadas pelo comitê científico do Nordeste do Piauí para a apresentação da comprovação da vacinação , ou seja, o passaporte da vacina é um instrumento para fazer a imunização no Estado e proteger a nossa população”, apontou o governador.
A população acima de 60 anos teve 100% do público vacinável elegível pelo Ministério da Saúde com a conclusão do ciclo vacinal, isso segundo os números contabilizados pelo sistema do Programa Nacional de Imunizações.
“Nós já estamos também com mais de 82% de segunda dose garantida para esta população (12 anos até acima de 90 anos)'', concluiu Herlon Guimarães.
Comprovante é documento para entrar em estabelecimentos públicos
Assim como um documento de identificação, o comprovante da vacina contra a Covid-19 fornece informações para pesquisas dos municípios. O mesmo deve ser guardado pela população.
“O cartão de vacina Covid-19 está sendo uma exigência para a entrada em alguns estabelecimentos, como eventos e shows, viagens nacionais e internacionais”, descreveeu a enfermeira Simone Cunha.
No dia 2 de dezembro, o governador publicou um decreto (n° 20.290) que passa a exigir passaporte para entrada em espaços como academias, clubes e eventos em geral. Assim, na 70° EXPOAPI, realizado como um evento de teste realizado pelo Governo do Estado, é um exemplo de evento onde foi exigido o cartão de vacina, além das proteções necessárias e padrões.
“Quando a gente entrava, eles pediam o comprovante de vacinação em identidade. O evento esse ano estava super organizado”, comentou a administradora Kaiane Alves, que foi com a família prestigiar o evento agropecuário.
Ações para identificar e acompanhar pessoas contaminadas
O Governo do Estado criou o Programa Emergencial de Busca Ativa Covid-19, tendo a cooperação dos municípios. As equipes promovem o rastreamento de pessoas contaminadas pelo vírus. No Piauí, 80 municípios já aderiram ao programa.
“Foi resolvido instalar uma equipe para fortalecer o monitoramento de casos de regiões que estavam com o índice maior, fazer o rastreio, procurando realmente os casos positivos e identificar, para poder isolar e tratar precocemente”, pontuou Dília Falcão, coordenadora do programa de Busca Ativa.
O programa foi criado por meio do decreto N° 18.972, de 8 de maio de 2020, pelo motivo da grave crise de saúde pública em decorrência da pandemia. Foi necessário impor medidas de combate à disseminação do surto. O Piauí é o primeiro estado do Brasil a implementar uma nova modalidade de monitoramento da Covid-19, já recomendada pelo comitê científico do Nordeste.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, mais de 200 mil pessoas não retornaram para tomar a segunda dose da vacina. E com a diminuição dos casos e óbitos, o Busca Ativa agora possui a missão de identificar os piauienses com a segunda dose ou a dose de reforço atrasadas. A SESAPI orienta que o foco dos municípios deve ser buscar os maiores de 18 anos com as doses atrasadas.
“O momento agora é de garantir a primeira dose para quem não tomou ainda, se negou a tomar, segunda dose para toda a população que já tomou a primeira dose e iniciar a campanha de reforço”, relatou Leopoldina Cipriano, vice-presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Piauí.
Festividades do final de ano
Diversos governadores e prefeitos decidiram cancelar o calendário de festas do final de ano após a preocupação com a variante ômicron. Os eventos devem obedecer às novas determinações do decreto publicado no dia 28 de novembro.
O governador Wellington Dias informou que manterá as festas, porém com regras de limitação. “Nós colocamos a manutenção de regras no período de trinta dias de bastante cuidados. Estamos trabalhando agora em buscar avançar na vacina”, explicou o governador.
Teresina não tem tradição de realizar grandes eventos para virada de ano como outras capitais nordestinas. A Fundação Cultural Monsenhor Chaves estava programando uma festa, que já foi cancelada devido ao risco de contágio pelo coronavírus. Para o Natal, a Fundação realizou uma programação de concertos natalinos que acontecerão na saída da igreja São Benedito, em frente ao Theatro 4 de setembro.
“A programação de Natal começou com o acender das luzes no Parque da Cidadania e que teve a apresentação do Balé e da Banda 16 de agosto. A mesma estrutura levada ao Parque da Cidadania foi levada para os bairros e para zona rural”, comentou Ênio Portela, presidente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves.
Os programas de vacinação em massa estão sendo implementados para manter a pandemia da Covid-19 controlada. As vacinas seguem como o fundamental instrumento de combate ao vírus, pois preparam seu corpo para combater uma possível infecção.
“Os indivíduos vacinados já estão treinados e têm menor chance de contrair uma doença, diminuem a chance de virem aos hospitais e diminuem as chances de óbito”, explicou o microbiologista Bruno Alcoforado, destacando a importância da vacinação da população. Ressaltando que o organismo vacinado reconhece o invasor como o vírus da Covid-19.
A imunidade rebanho, também conhecida como imunidade populacional, consiste na proteção indireta contra a doença, seja ela por vacinação ou contato passado com o vírus. Esse contato prévio com a bactéria não significa que quem não se vacinou esteja imune, mas sim tenham menos riscos de contrair a doença.
“Precisamos de uma maioria vacinada, isso forma uma proteção naquela sociedade para que menos pessoas venham aos hospitais. Isso que a gente chama de imunidade de rebanho que pode vir através da vacinação ou através das pessoas se infectando, concluiu o microbiologista.