Os Estados Unidos registraram, nesta segunda-feira, 200.005 mortes por Covid-19, faltando cerca de 40 dias para eleições presidenciais. Desde que o primeiro caso foi registrado no país, há oito meses, já são mais de 6,8 milhões de americanos infectados, em meio à postura anticiência adotada pelo presidente Donald Trump e seus desafios às recomendações das autoridades de saúde.
Apesar dos números, na segunda, Trump disse que os EUA estão “virando a esquina” na pandemia e fazendo um trabalho “não um trabalho muito bom, mas fenomenal”. Em março, enquanto a pandemia devastava Nova York, ele havia dito que 200 mil mortes significariam o sucesso no combate à crise sanitária.
— Se nós tivermos entre 100 mil e 200 mil mortes [por Covid-19], então teremos feito um trabalho muito bom — afirmou o presidente, referindo-se a um estudo do Imperial College que previa 2,2 milhões de mortes nos EUA caso nenhuma medida fosse tomada.
Acreditava-se que a primeira vítima confirmada do novo coronavírus em solo americano teria morrido em Seattle, no dia 29 de fevereiro. Traços da doença, no entanto, foram encontrados posteriormente na autópsia de duas pessoas na Califórnia, mortas em 6 e 17 de fevereiro. No dia 27 de maio, após pouco mais de cinco meses, o país ultrapassou 100 mil mortes.
Em uma entrevista no dia 7 de fevereiro para o jornalista Bob Woodward, do Washington Post, Trump admitiu que o vírus “é mais perigoso, você sabe, que uma gripe comum”. Na conversa, que só veio à tona no início de setembro, o presidente também classificou a doença como “algo mortal”. O presidente, recentemente, disse que preferia minimizar os riscos para “não criar pânico”.
Após um breve período defendendo o distanciamento, no entanto, a Casa Branca contrariou as recomendações das autoridades de saúde, privilegiando a retomada da economia, que sofreu uma contração recorde de 32,9% no segundo trimestre.