A chance de pessoas vacinadas com todas as doses recomendadas pelos laboratórios serem internadas com covid-19 é 70% menor que a de pessoas não vacinadas, concluiu um grande estudo publicado pela revista especializada The Lancet.
Os resultados divulgados pelos especialistas encarregados da pesquisa denominada Zoe Covid também revelaram que aqueles que testam positivo após serem vacinados com as duas doses ou a dose única - infecção pós-vacinação - têm quase o dobro da probabilidade de serem completamente assintomáticos.
Além disso, ainda segundo a pesquisa, o risco de ter vida de longa duração - quando os sintomas persistem 28 dias após a infecção - é reduzido pela metade entre aqueles vacinados com o regime completo.
As pessoas mais vulneráveis à infecção pós-vacinação após receber uma dose são "idosos frágeis", assim como outras pessoas com mais de 60 anos que têm outras condições médicas, tais como obesidade ou doenças cardíacas, renais e pulmonares.
Em todas as faixas etárias, a pesquisa observou que as pessoas que vivem em áreas desfavorecidas, tais como ambientes urbanos densamente povoados, são mais propensas a serem infectadas após terem sido imunizadas.
"Estamos em um ponto crítico da pandemia, quando há um aumento de casos em todo o mundo devido à variante delta. As infecções pós-vacinação são de se esperar e não invalidam o fato de que essas vacinas estão fazendo exatamente o que foram projetadas para fazer: salvar vidas e prevenir doenças graves", destacou a pesquisadora Claire Steves, do Kings College London, coautora do estudo.
Ela lembrou que outras pesquisas mostraram que a taxa de mortalidade de pacientes hospitalizados com coronavírus chegou a 27%, mas que esse número pode ser "grandemente reduzido" através de vacinas.
"Nossas descobertas destacam o papel crucial das vacinas nos esforços para prevenir a Covid-19, que ainda devem incluir outras medidas de proteção pessoal como o uso de máscaras, testes frequentes e distanciamento social", frisou.
Para o trabalho, os pesquisadores utilizaram as respostas de um questionário realizado no Reino Unido entre 1,2 milhão de adultos entre dezembro e julho.
Do total de indivíduos que receberam pelo menos uma dose da vacina da Pfizer, da AstraZeneca ou da Moderna, menos de 0,5% relatou uma infecção pós-vacinação detectada mais de 14 dias após a primeira injeção.
Entre os adultos que receberam duas doses, menos de 0,2% foram infectados após a segunda aplicação. Para indivíduos que tiveram uma infecção pós-vacinação, a probabilidade de doença assintomática aumentou em 63% após receber uma dose e em 94% após a segunda.