Morreu na manhã desta segunda-feira (11), aos 78 anos, o empresário Raymundo Magliano Filho, ex-presidente da Bolsa de Valores brasileira. Ele estava internado há 46 dias no Hospital Albert Einsten, em São Paulo, com Covid-19 e não resistiu às complicações decorrentes da doença.
Segundo a assessoria do empresário, ele tinha asma, o que agravou o quadro provocado pelo coronavírus. Magliano deixou três filhos, netos e a atual esposa.
Ainda segundo a assessoria, como ele morreu em decorrência da Covid-19, não haverá velório. A previsão era de que corpo dele seria levado, ainda na tarde desta segunda-feira, do hospital diretamente para o Cemitério do Araçá, Zona Oeste da capital paulista, onde será enterrado no jazigo da família.
Legado no mercado financeiro
Nascido em São Paulo, Raymundo Magliano Filho começou a trabalhar cedo, juntamente com o pai, no comando da corretora Magliano Investe, fundada em 1927, a mais antiga a operar na bolsa brasileira. E foi no mercado de ações que ele deixou o seu maior legado profissional.
"Perdemos hoje um dos nossos fundadores, um dos pioneiros do mercado de capitais e uma das pessoas que mais incansavelmente nos ajudaram a transformar, inovar e nunca perder o espírito de quem aprende", destacou a B3 em nota de pesar divulgada pela manhã.
Formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Magliano Filho presidiu a Bovespa entre os anos de 2001 e 2008, quando ela se fundiu com a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) para formar a B3. Antes, ele havia sido vice-presidente da bolsa entre 1997 e 2000.
Segundo a B3, uma das principais marcas da gestão de Magliano à frente da Bolsa foi o programa por ele desenvolvido para a popularização do mercado de capitais no Brasil. Batizado de Bovespa Vai Até Você, o programa foi lançado em 2002 e chegou a mais de 300 mil pessoas.
“Não há demonstração mais inequívoca do legado e do profundo reconhecimento que devemos ao dr. Magliano Filho do que o fato de a B3 ter hoje 3 milhões de investidores pessoas físicas chegando ao mercado de capitais. Ele plantou a semente da democratização e do acesso à bolsa e não há orgulho maior para nós do que ajudar a colher esses frutos”, disse o atual CEO da B3, Gilson Finkelsztain.
Além de presidir a bolsa por sete anos, ele também comandou a Federação Ibero-Americana de Bolsas e foi membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) do Governo Lula.