Forças de segurança em conjunto com a Vigilância Sanitária encerraram na madrugada de domingo (11) festas clandestinas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os eventos privados - que infringem restrições sanitárias - reuniram centenas de pessoas sem máscaras em meio à pandemia da covid-19.
Com ingressos de até R$ 1.600, uma festa de socialites nos Jardins, bairro nobre da capital paulista, foi interrompida pela força-tarefa —uma frequentadora reagiu à blitz. O evento, realizado em um escritório de advocacia, reuniu cerca de 500 pessoas —segundo informou o governo de SP— e contou com um show da dupla sertaneja Matheus e Kauan.
Ao chegarem ao local, integrantes da blitz, composta por integrantes das forças de segurança do estado, Procon e Vigilância Sanitária, foram hostilizados e seguranças tentaram impedir a entrada deles. Em vídeo publicado no Twitter pelo deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), que acompanhou a blitz, uma frequentadora da festa que não usava máscara proferiu xingamentos contra os agentes e, exaltada, afirmou repetidas vezes: "Vai pra favela".
Em sua conta no Instagram onde informa ser advogada e modelo, Liziane Gutierreza afirmou que "em breve" comentará o assunto. "Vou esperar as coisas se acalmarem um pouco pra não gerar mais polêmica." Ela também criticou o parlamentar. "Senhor Alexandre Frota, antes de apontar erros alheios, olhe para os seus", disse ela.
A festa clandestina aconteceu no escritório do advogado Adib Abdouni, no Jardim Paulista. Abdouni aparece sem máscara no evento em vídeos divulgados nas redes sociais.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a responsável pelo local foi levada a uma delegacia após ser autuada por infração de medida sanitária preventiva (a pena vai de um mês a um ano de prisão). "Eu loquei o espaço e fiz o evento, infelizmente às 23h eu não consegui tirar o pessoal", disse à TV Globo Alzira Scarabucci. Também foram aplicadas multas por aglomeração e falta de uso de máscaras, segundo a emissora.
A dupla Matheus e Kauan afirmou, em comunicado à imprensa, que fora contratada para uma "pequena confraternização entre familiares e amigos" e que o contrato fora descumprido. "No ato da contratação foi afirmado pelo contratante que seriam seguidos todos os decretos que regulam concentração de pessoas, adotando protocolos de segurança e que não haveria venda de ingressos. O departamento jurídico que assessora os artistas adotará as medidas cabíveis relativo ao descumprimento do contrato", diz o comunicado.