Teresina é uma das dez capitais brasileiras classificadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com nível "extremamente alto" de transmissão comunitária de vírus respiratórios. Além da capital do Piauí, também foram classificados assim: Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Macapá, Maceió, Porto Alegre e São Paulo. Os dados constam no Boletim da Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira (16).
Outras 12 capitais apresentam transmissão em nível muito alto: Aracaju, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís. E apenas Belém, Boa Vista, Cuiabá, Palmas e Vitória foram classificadas um degrau abaixo, no nível alto.
Segundo o boletim da Fiocruz, o fato de todas as capitais ainda apresentarem elevado nível de transmissão de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma situação que "manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, com tendência de agravamento nas próximas semanas, caso não haja nova mobilização por parte das autoridades e população locais".
Segundo a Fiocruz, cerca de 98% dos casos de SRAG no país são referentes à Covid-19 e, por isso, recomenda cautela na flexibilização das medidas de restrição e alerta que é fundamental manter os cuidados individuais e coletivos contra a transmissão da doença.
Estabilização
O boletim também mostra que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave podem ter parado de cair em sete capitais e já há tendência de crescimento em quatro. Os indícios de estabilização dos casos e óbitos de SRAG foram encontrados pelos pesquisadores em Teresina, no Plano Piloto de Brasília e arredores, em Florianópolis, João Pessoa, Recife, Rio Branco e Rio de Janeiro.
Quando a análise se concentra nos estados, 20 das 27 unidades da federação tendem a ter redução dos casos e óbitos por SRAG, em uma análise de longo prazo, que abrange as seis últimas semanas. Amazonas e Amapá apresentam tendência de crescimento, enquanto Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rondônia tendem a manter o mesmo nível de casos e óbitos por SRAG.
Na análise de curto prazo, que considera as últimas três semanas, o cenário é de maior estabilidade: cai para cinco o número de unidades da federação com tendência de queda na incidência de SRAG, enquanto apenas Rondônia indica crescimento. Para as demais, a tendência é manter o patamar dos casos e mortes pela síndrome respiratória.
Diante desse cenário, a Fiocruz reforça que é preciso ter cautela na hora de flexibilizar o distanciamento, para que a tendência de queda nos casos possa ser mantida por tempo suficiente para que o número de vítimas e internações seja significativamente baixo. Para os estados com sinal de retomada do crescimento e estabilização, a recomendação é reavaliar as flexibilizações adotadas.
Com informações da Agência Brasil.