Amélio Abrantes, de 67 anos, estava internado desde o dia 20 de março deste ano, quando deu entrada na unidade com sintomas graves do novo coronavírus. Foram 223 dias de internação entre pioras e melhoras. "A covid é um negócio muito triste", disse o idoso.
Segundo a filha de Amélio, Isabel Abrantes, de 41 anos, a família chegou a ser desacreditada sobre a melhora o patriarca em várias ocasiões.
Situação
Ao todo, Amélio foi intubado e desentubado três vezes e teve várias complicações que o fizeram passar por cirurgias e até diálise.
"Os médicos chegaram a falar para a gente: 'olha, o caso dele é muito grave. Só um milagre para ele sair dessa situação. Pode chamar a família'", disse.
Isabel lembra que não quis ir se despedir do pai porque acreditava que ele melhoraria. "Ele tem muita vontade de viver, muita força, mas ele não usava máscara, não ligava para nada. Temos até um vídeo dele pouco antes de se contaminar em que ele brinca com a neta criticando ela por estar de máscara. Ele foi a prova de que essa doença é grave", lembrou a bancária.
Vírus contágio
O idoso teria pego o vírus durante ou após uma comemoração em família, no dia 16 de março. "Quatro dias depois, o caseiro que ajuda ele lá na casa onde ele vive, em Petrópolis, nos avisou que ele não estava bem. Ele internou, recebeu os primeiros cuidados e voltou para casa. Mas retornou porque estava com o nível de oxigenação muito baixo". Amélio estava há poucos dias de ter sua faixa etária coberta pela vacinação. A Prefeitura do Rio só imunizou idosos com 67 anos no dia 2 de abril.
"Hoje ele se preocupa com isso e se diz ansioso pela hora de tomar a vacina. Lembra sempre sobre a vacina", concluiu a filha do idoso.