A Indonésia ultrapassou a Índia e o Brasil e se tornou o novo epicentro da pandemia de covid. O país de 270 milhões de habitantes já acumula quase 2,9 milhões de casos confirmados da doença e 73.582 mortos. Especialistas alertam que a Indonésia ainda pode não ter atingido o seu pico.
Segundo o Our World in Data, só no domingo (18.jul.2021), o país asiático teve média móvel (média diária nos 7 últimos dias, incluindo a data) de 50.039 casos confirmados e 1.017 mortos.
O número real de casos e de mortes por covid-19 é provavelmente maior do que o número confirmado. Isso porque a testagem no país é limitada, o que torna os casos subnotificados.
A pandemia de covid-19 era considerada sob controle em 2020. Os casos saltaram a partir de junho deste ano. Os hospitais do país estão ficando sobrecarregados. A Federação Internacional da Cruz Vermelha alertou que a Indonésia está “à beira de uma catástrofe”.
Os números cresceram recentemente por causa da variante delta, detectada pela 1ª vez na Índia. A cepa é mais contagiosa. De acordo com a Reuters, os hospitais estão ficando sem suprimentos e o isolamento continua impossível para milhões.
“Prevejo que o surto continuará a aumentar em julho, pois ainda não somos capazes de evitar a propagação das infeções”, analisou Pandu Riono, epidemiologista na Universidade da Indonésia, à Associated Press, na semana passada.
“As restrições que estão neste momento em vigor não são as mais adequadas. É necessário aplicar o dobro das medidas, pois continuamos lidando com a variante delta, que é duas vezes mais contagiosa”, completou.
A imunização também avança a passos lentos. O Our World in Data mostra que cerca de 15% da população receberam uma dose da vacina e só 6% estão completamente imunizados contra a covid-19.
Países vizinhos como Vietnã, Malásia, Mianmar e Tailândia também registram alta no número de casos. Os países impuseram restrições de circulação para conter a onda de contaminação.
O governo da Indonésia afirma que que está “mobilizando todos os recursos” possíveis para lidar com o surto de covid-19.