Mesmo sustentando um dos melhores resultados no combate à Covid-19 no país, os números mostram o potencial de disseminação da doença provocada pelo novo coronavírus e a necessidade da manutenção das políticas de distanciamento. Cruzamento de dados do boletim epidemiológico dos últimos 30 dias evidencia um avanço de 239% na quantidade de municípios com casos positivos no Piauí, saltando de 43 no dia 25 de abril para 141 na última segunda-feira, 25 de maio. Foram 98 municípios que tiveram a primeira confirmação da doença no período.
Em 25 de abril apenas 19,1% dos municípios piauienses tinham comprovadamente casos da doenças; agora, 62,9% dos 224 entes do Estado possuem pelo menos um positivo. No período pesquisado os óbitos também avançaram, foram 101 confirmações, saltando de 18 óbitos para 119, uma alta de 561%.
Quanto aos casos confirmados, o crescimento é ainda maior, isto pode ser explicado pela ampliação na testagem, estratégia que vem sendo predominante para o sucesso das ações em solo piauiense. Em 25 de abril eram 331 confirmações já no último dia 25 de maio foram 3720 casos, uma alta de 1.023%, ou seja, cresceu 11 vezes no período. Ao todo, foram contabilizados 3.389 casos em apenas um mês.
EXPANSÃO DE LEITOS - Cabe indicar que a expansão de leitos de terapia intensiva evitou um colapso do sistema de saúde no Piauí; no início da pandemia, o Estado tinha 148 leitos equipados com UTIs disponíveis para atender pacientes com a Covid-19. Contudo, o Governo do Estado criou mais 98 unidades de terapia intensiva e chegou a 246 leitos. No dia 6 de abril, 30 desses 148 leitos estavam ocupados com vítimas do novo coronavírus. Já no último boletim da Secretaria de Saúde do Piauí, divulgado eram 148 leitos de UTI ocupados. Por conta da expansão do número de leitos, não houve lotação da rede no estado, que que contribuiu para salvar vidas. Outro fato que deve ser levado em consideração, se o isolamento social não tivesse sido adotado, os 148 leitos de UTI existentes no início da pandemia já estariam todos ocupados e, assim, o sistema entraria em colapso, já que muitos pacientes ficariam sem atendimentos, podendo ir a óbito.