Em recado ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na manhã de hoje que a vacina —em referência à CoronaVac, do Instituto Butantan (SP) — contra a covid-19 "é do Brasil".
Rival político do chefe do governo federal, o tucano protagonizou ontem um evento em SP que marcou o início simbólico da vacinação no país —contrariando o cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Visivelmente irritado com a postura de Doria, o ministro Eduardo Pazuello o acusou de deslealdade e de promover uma "jogada de marketing" que estaria "em desacordo com a lei".
"Apesar da vacina... Apesar não, né. A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos também que era para ter chegado aqui. Então, está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador, não. É do Brasil", declarou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada, nesta manhã.
Para o presidente da República, a "vacina é para quem não pegou ainda". Ele também voltou a defender o "tratamento precoce" (com medicamentos como a hidroxicloroquina, que não tem comprovação científica quanto ao sucesso no combate ao coronavírus) e contestar a eficácia do imunizante, comparando-o com "jogar uma moedinha para cima".
"Não desisto do tratamento precoce. Não desisto. A vacina é para quem não pegou ainda. E essa vacina é 50% de eficácia. Jogar uma moedinha para cima, é 50% de eficácia."
"E o tratamento precoce, mais uma prova que dá certo, é que, em questão de poucos meses, nós éramos um país que tinha mais mortes por milhão de habitantes. Agora estamos, se não me engano, em 25º lugar. Só tem uma explicação."
Bolsonaro reforçou ainda que, se depender dele, a vacinação não será obrigatória no país. "No que depender de mim, não será obrigatória. É uma vacina emergencial. 50% de eficácia. Algo que ninguém sabe ainda se teremos efeitos colaterais ou não.".
(Por: UOL)