Lockdown se espalha em SP, e até as farmácias são fechadas

Aceleração de casos, internações e mortes provocadas pela covid-19 no estado leva prefeituras a adotar medida

covid | reprodução
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A aceleração de casos, internações e mortes provocadas pela Covid-19 no interior de São Paulo fez com que mais cidades adotassem medidas restritivas como o lockdown, fechando inclusive farmácias, e com uma prefeitura acionando o Exército para ajudar no combate à pandemia.

O aumento de pacientes internados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) fez Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) decidir pelo fechamento de supermercados e do comércio em geral a partir desta quinta-feira (27), mesma data em que um lockdown de 15 dias passará a vigorar em Franca. Outras cidades, como Batatais e Bebedouro, já tinham adotado restrições severas desde a última semana.

As ações restritivas estão concentradas no nordeste paulista e já somam mais de uma dezena de cidades em lockdown ou com anúncios de ações mais rígidas que as decretadas pelo governo estadual para o combate à pandemia. As prefeituras alegam saturação do sistema hospitalar devido, também, à circulação da variante brasileira da Covid-19, considerada mais agressiva.

Piora na pandemia faz comércio fechar novamente em São Paulo

As medidas anunciadas pelo prefeito Alexandre Ferreira (MDB) para Franca, por exemplo, incluem até o veto ao atendimento presencial em farmácias, setor que até aqui não tinha sido alvo de fechamento nas cidades que decretaram restrições.

Com 355 mil habitantes, a cidade computava, até esta segunda (24), 607 óbitos e 28.359 casos positivos da Covid-19. Nesta terça (25), 49 pacientes aguardavam no prontosocorro Álvaro Azzuz uma vaga para internação em hospitais, 40 delas precisando de leitos de UTI -9 estão intubadas.

Supermercados, mercearias, padarias, açougues, restaurantes, lanchonetes, casas agropecuárias e pet shops também poderão funcionar apenas por delivery. As medidas valerão até o dia 10 de junho e contemplam ainda toque de recolher diário das 20h às 5h, a suspensão do funcionamento do transporte coletivo urbano, a proibição da venda de bebidas alcoólicas e reuniões de pessoas em ruas, praças, parques e áreas públicas.

O anúncio gerou longas filas em supermercados da cidade já nesta terça-feira, cenário que deve se repetir nesta quarta (26).

O prefeito alegou tomar as medidas para que pessoas não morram sem serem atendidas pelos serviços de saúde. “Estamos numa guerra, e uma guerra exige da gente medidas duras”, afirmou Ferreira.

Em Batatais, essa guerra inclui, literalmente, o Exército, que está na cidade desde o final de semana fazendo a desinfecção de todos os lugares públicos, como hospital e UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

O trabalho é realizado por uma equipe do 13º Batalhão de Cavalaria Mecanizada, com apoio do Comando Militar do Sudeste, e inclui outras repartições públicas que têm muito fluxo de pessoas, como o almoxarifado municipal.

Além da ação de desinfecção de áreas, o Exército também participa de uma campanha de arrecadação e distribuição de alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade.

“Agradecemos ao Exército e a todos os que estão auxiliando nesse momento a nossa cidade no combate ao novo coronavírus. Juntos vamos vencer essa batalha”, disse o prefeito Juninho Gaspar (PP).

A cidade da região metropolitana de Ribeirão Preto, de 62.980 habitantes, acumula 121 mortes e 5.460 casos da Covid-19 e tem 100% de ocupação em leitos de UTI e enfermaria há mais de dois meses.

No lockdown, que segue até 0h do dia 31, a prefeitura fechou supermercados e proibiu a venda de bebidas alcoólicas mesmo por delivery com o objetivo de evitar festas clandestinas.

Apesar disso, no domingo (23) a Guarda Municipal, a Vigilância Sanitária e a comissão de fiscalização flagraram uma festa do tipo no Condomínio do Café. Segundo a prefeitura, os organizadores disseram que era um jantar entre amigos e “perderam o controle da quantidade de pessoas, pois foi chegando gente sem convite”. Havia 17 pessoas no local.

Vizinha a Batatais, Altinópolis suspendeu até domingo o atendimento presencial de supermercados, lojas, restaurantes, bares e bancos, além de também proibir a venda de bebidas alcoólicas.

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