A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou nesta terça-feira (5) a extensão do lockdown em todo o país até o fim de janeiro. A medida é uma tentativa de conter os números ainda muito altos de casos e de mortes pelo novo coronavírus.
"Precisamos restringir ainda mais os contatos. Pedimos a todos os cidadãos que diminuam seus contatos próximos ao nível mínimo possível", disse Merkel após reunião com líderes dos 16 estados federados alemães.
As primeiras medidas para conter a segunda onda foram adotadas em novembro. Porém, logo no início de dezembro, Merkel reconheceu que o "lockdown parcial" não foi suficiente para conter o vírus e anunciou um confinamento ainda mais rígido que duraria até, no mínimo, 10 de janeiro. Nesta terça, o governo alemão decidiu estender as restrições.
As novas medidas são as seguintes:
- Moradores de zonas consideradas "focos" da Covid-19 não poderão se deslocar em uma distância superior de 15 quilômetros sem um motivo considerado relevante. Segundo a agência Deutsche Welle, um em cada seis distritos está acima do patamar de 200 casos por 100 mil moradores em 7 dias, considerado crítico.
- Encontros privados entre moradores de casas diferentes estão limitados: apenas uma pessoa poderá visitar a residência de outra por vez.
- Pessoas que chegarem à Alemanha de áreas consideradas de risco precisarão apresentar dois testes negativos para o coronavírus. Uma quarentena de cinco dias será obrigatória mesmo se o primeiro exame der resultado negativo.
- Famílias receberão 10 dias de licença para cuidar dos filhos; pais solteiros terão direito a 20 dias.
Outras regras, definidas desde dezembro, ainda estão em vigor:
- Comércio não essencial está fechado
- Creches e escolas permanecem fechadas
- Proibido o consumo de álcool nas ruas
- Eventos religiosos estão mantidos sob regras de higiene; cantos estão proibidos
Segundo a chanceler alemã, a ideia do lockdown é reduzir as transmissões a um ponto em que o rastreamento de todos os casos seja possível. Além disso, Merkel se disse otimista com o início da vacinação, que já começou na Alemanha, e que a partir da segunda quinzena de janeiro mais pessoas receberão a vacina contra a Covid-19.
Monitoramento da Universidade Johns Hopkins mostra que a Alemanha registra mais de 1,86 milhão de casos de coronavírus desde o começo da pandemia. Mais de 36 mil pessoas morreram no país em decorrência da Covid-19.
Europa aperta o cerco contra o coronavírus
A manutenção das médias móveis de casos e mortes por Covid-19 em patamares altos levou outros governos europeus a permanecerem ou até endurecerem as medidas de confinamento contra o novo coronavírus nesta virada de ano. A preocupação é ainda maior porque há em circulação novas variantes do Sars-CoV-2 mais transmissíveis.
Reino Unido
Nesta terça, a Inglaterra e a Escócia entraram em mais um lockdown — o país é o mais atingido por essas variantes do coronavírus. As pessoas estão autorizadas a sair de casa apenas em caso de necessidades médicas, compra de alimentos, prática de exercício físico e trabalho presencial, quando este for indispensável.
Além disso, nesses países do Reino Unido, creches continuam funcionando, e restaurantes, bares e cafés poderão funcionar apenas para sistema de entrega ou retirada de alimentos (e a venda de bebidas alcoólicas só poderá ser realizada em entregas).
Itália
Na Itália, os ministros decidiram manter as restrições nacionais em vigor para o fim de semana para desacelerar as infecções por coronavírus, mas concordaram em flexibilizar as regras durante a semana.
Os italianos passaram grande parte do Natal e do Ano Novo em casa. As pessoas foram autorizadas a sair de casa apenas para trabalho, saúde e emergências, ou para viagens curtas para ver um número limitado de amigos ou parentes.
Essas regras expiram na quinta-feira, e os ministros concordaram em uma reunião de gabinete na noite de segunda-feira em retornar ao antigo sistema de três níveis, que permite que diferentes medidas sejam aplicadas a diferentes regiões.
Mas todos os bares e restaurantes do país terão que fechar neste fim de semana, com viagens entre cidades reduzidas ao mínimo.
O governo também decidiu adiar de quinta para segunda-feira a reabertura das escolas de ensino médio com 50% de sua capacidade.