Um dia depois de ter pedido desculpas em público por ter violado a quarentena vigente no país ao abraçar e beijar uma de suas assistentes, o ministro da saúde britânico, Matt Hancock, renunciou ao cargo. O encontro entre ambos ocorreu há cerca de um mês e foi confirmado por fotos e vídeos divulgados na última sexta-feira pela imprensa local.
Os registros, publicados pelo jornal The Sun, levaram os partidos Trabalhista e Liberal Democrata, de oposição, a exigirem o afastamento de Hancock, de 42 anos. "Eu aceito que violei regras de distanciamento social nesta circunstância. Eu desapontei as pessoas e sinto muito. Permaneço focado em trabalhar para tirar o país desta pandemia e seria grato se houvesse privacidade para minha família nesta questão pessoal", declarou o ex-ministro, em comunicado oficial.
A mulher com quem Hancok foi flagrado é Gina Coladangelo, uma de suas principais assessoras. O ex-ministro é casado com Martha Hoyer Williams há 15 anos. Após o escândalo, o primeiro-ministro do país, Boris Johnson, aceitou o pedido de desculpas de Hancock, elogiou sua contribuição ao comabte da pandemia e afirmou que o assunto estava encerrado. Mas a polêmica continuou crescendo. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, afirmou que o episódio poderia fazer com que as pessoas se tornassem mais resistentes a seguir as medidas impostas contra o avanço da Covid-19 no país.
Nas últimas horas, informou a imprensa britânica, colegas de Hancock se comunicaram com o ex-ministro e o convenceram de renunciar ao cargo. O ex-ministro perdeu apoio dentro do partido de governo e sua permanência tornou-se insustentável. Para Johnson, a saída de Hancock representa um grande desafio, em momentos em que o Reino Unido, que já acumula 128 mil óbitos na pandemia, enfrenta um crescimento de casos de Covid-19. Em outros países europeus, a reabertura avança mais rápido.
Neste sábado, o país registrou 18.270 novos casos de coronavírus, maior número desde 5 de fevereiro. O país também confirmou 23 óbitos por Covid-19. O casos diários têm crescido há um mês, mas um rápido programa de vacinação parece ter quebrado a conexão entre infecções e mortes, uma vez que as fatalidades por dia seguem ao redor de 20.
Na última sexta-feira, 15.810 novos casos foram registrados. Os dados também mostraram que 83,7% dos adultos receberam uma primeira dose de vacina contra a doença e 61,2% duas.