Pesquisadores da Universidade Ben-Gurion, em Israel, criaram um aparelho capaz de detectar a presença do novo coronavírus no organismo humano em apenas um minuto. A solução funciona de forma semelhante a um bafômetro, ferramenta utilizada para medir níveis de etanol no sangue. As informações são do G1.
Para fazer o teste, basta o paciente soprar o dispositivo. O aparelho conta com um chip eletrônico equipado com milhares de sensores que pode indicar a presença, ou não, do novo coronavírus de acordo com suas propriedades ópticas e eletromagnéticas.
"Se iluminarmos este chip com um tipo de radiação sem o vírus, teremos um tipo de resposta a uma radiação eletromagnética. Mas se há vírus no chip, obtemos uma diferente resposta", afirmou Gabby Sarusi, vice-diretor de pesquisa da Escola de Engenharia Elétrica e Computação da Universidade Ben-Gurion (BGU), em entrevista ao G1.
O sistema do "bafômetro" é integrado a um servidor em nuvem, que recebe automaticamente os resultados e os deposita em um banco de dados à disposição de autoridades. De acordo com os cientistas, o aparelho foi testado em 120 pacientes e apresentou êxito em 90% dos casos.
Para Sarusi, as principais vantagens desse método de testagem são a precisão, rapidez e o custo. O valor estimado para cada avaliação corresponde a 50 dólares e o resultado sai em menos de um minuto. O processo ainda dispensa o manuseio de amostra ou uso de reagentes.
Além disso, trata-se de um processo menos invasivo, como o PCR, por exemplo, no qual uma espécie de bastonete é inserida na cavidade nasal do paciente para coletar amostras do fundo da garganta. Este método ainda leva alguns dias para fornecer resultados.
A ideia é usar o bafômetro em aeroportos, cruzeiros marítimos ou mesmo na entrada de empresa. "O passageiro sopra o bafômetro e, enquanto recolhe sua mala no raio-X, tem o resultado e pode viajar tranquilamente, se está livre do novo coronavírus", disse Gabby Sarusi.
O pesquisador espera submeter o novo método à aprovação da Food and Drugs Administration (FDA), agência norte-americana de controle de medicamentos, dentro de 45 dias. Se aprovado, Sarusi diz que o bafômetro pode chegar ao mercado em outubro ou novembro. Por enquanto, a equipe de cientistas ainda desenvolve o protótipo do equipamento.
A iniciativa da Universidade de Ben-Gurion, no entanto, não é a única que promete testes baseados na respiração dos pacientes. Um método desenvolvido pelas empresas israelenses Next-Gen e Scentech Medical também propõe o uso de um bafômetro para detectar a presença do novo coronavírus no organismo em menos de um minuto.