As infecções novas de coronavírus da Índia atingiram um pico recorde pelo quinto dia nesta segunda-feira (26), e países como Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos prometeram enviar auxílio médico urgente para ajudar a enfrentar a crise que sobrecarrega seus hospitais.
Com mais gente doente, o país decidiu não entregar as vacinas prometidas para abril e maio para a Covax, mecanismo global para distribuição equitativa de doses, causando disrupção na África e outros países.
A Covax tem a AstraZeneca como principal fornecedor, representando três quartos das cerca de 40 milhões de doses que distribuiu até este mês. E grande parte das doses desse laboratório sueco-britânico é fabricada na Índia.
Segundo o Valor, no caso do Brasil, dois lotes totalizando oito milhões de doses, prometidos pela Covax para ser entregues até maio também vêm da AstraZeneca, mas de outro produtor, a SK Bio, da Coreia do Sul. No entanto, com maior escassez global, não se pode excluir ajustes na redistribuição pelo mecanismo global.
A Covax sempre deixa uma ressalva sobre as entregas, porque não tem controle sobre todas as variáveis no recebimento das vacinas, diz uma fonte. O lote inicial de 4 milhões para dentro de três a cinco semanas foi prometido ao Brasil. “com uma margem de segurança relativa”. O conselho de acionistas da Covax Facility deve se reunir em meados de maio.
O primeiro-ministro, Narendra Modi, pediu que todos os cidadãos se vacinem e sejam cautelosos, enquanto hospitais e médicos divulgaram avisos urgentes dizendo não estar dando conta da avalanche de pacientes.
O país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, a Índia tem uma cifra oficial de 17,31 milhões de infecções e 195.123 mortes, contadas as 2.812 fatalidades desta madrugada (26/4), mostraram dados do Ministério da Saúde, mas especialistas de saúde dizem que estes números provavelmente são mais altos.