A pandemia do novo coronavírus tem impactado abruptamente as finanças da maioria dos brasileiros, e no Piauí, a situação não é diferente. Este indicativo é comprovado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou os efeitos da crise da Covid-19 sobre o mercado de trabalho e o impacto do auxílio emergencial na renda dos brasileiros.
Os números divulgados na última semana mostram que os rendimentos médios da população do Piauí no mês de maio correspondem a 85% da renda habitual, ou seja, houve em média uma perda de 15% nos rendimentos que originalmente os trabalhadores piauienses receberiam. Esta retração pode ser explicada pelo próprio desemprego, como também pela redução salarial.
Em números reais, a pesquisa mostra que em maio, o rendimento efetivo dos piauienses foi de R$ 1.416,14 ante R$ 1667,03 antes da pandemia. Uma redução na ordem de R$ 250.
A análise foi feita com base nos microdados da PNAD Covid-19 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ainda segundo o levantamento do Ipea, no Brasil, no mês de maio, cerca de 32% dos domicílios não apresentaram nenhuma renda no trabalho. De acordo com o estudo, 5,2% dos domicílios (cerca de 3,5 milhões) sobreviveram apenas com os rendimentos do auxílio emergencial. “O auxílio foi mais efetivo para as famílias com renda mais baixa. Após receber o benefício, os rendimentos nestes domicílios atingiram 103% do que seriam com as rendas habituais”, afirma o economista Sandro Sacchet, autor da análise. O benefício compensou cerca de 45% do impacto total da pandemia sobre a massa de rendimentos no país.