Os pesquisadores da área da matemática do Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) afirmam que segunda onda do coronavírus é resultado das aglomerações das eleições, festas de final de ano e carnaval, além do relaxamento social.
Desde o início da Pandemia de Coronavírus os pesquisadores vêm estudando os números de casos e prevendo evoluções. Conforme o coordenador do estudo, professor Dr. Jefferson Leite, a segunda onda já estava prevista nas pesquisas baseadas na dinâmica do vírus.
“A segunda onda foi prevista para fevereiro e não tivemos nenhum lockdown, além das despreocupações das pessoas. Isso fez com que a segunda onda tenha iniciado em fevereiro, porém cresceu-se ainda mais o pico por conta das interações sociais. Acredito que a abertura das escolas e a não tomada das medidas mais duras está fazendo o pico crescer mais ainda”, afirmou o professor.
Ainda de acordo com o pesquisador, a segunda onda se assemelha com a primeira onda, no entanto na época foram realizadas medidas de isolamento que frearam o aumento do pico. “Se não dá para fazer um lockdow de duas semanas por ‘n’ motivos, o lockdown de final de semana tem seu benefício, como a diminuição de números de acidentes trânsito resultando na não necessidade da utilização de leitos de UTI”, disse.
Atualmente o Piauí se encontra com uma demanda forte de leitos de UTI e um aumento substancial de números de óbitos causados pela Covid-19. As pesquisas apontam que as medidas de isolamento social aplicadas hoje terão um impacto nos números de casos e óbitos em abril.
“Não será surpresa se nos próximos dias chegarmos a faixa de 30 óbitos por dia. Vale lembrar, que a morte de hoje é um vírus que foi contraído há um mês, que é o tempo de a pessoa ter tido o contato com o vírus, iniciados os sintomas, ter progredido de uma forma grave sendo transferido ao leito de UTI e as vezes depois de duas semanas na UTI que a pessoa vem a óbito. O óbito de hoje é um vírus que foi contraído há um tempo, então as medidas que tomamos hoje só terá um impacto daqui um mês”, explicou Jefferson Leite.
Uma outra preocupação é a segunda cepa, uma variante do vírus, os pesquisadores ainda vão entender como ela atua na sociedade e se a vacina é capaz de imunizar as pessoas diante da variante.