Piauí tem alta nas mortes por Covid-19 entre adultos

As mortes na população de 40 a 64 anos representavam, no mês de março, um total de 33% dos casos

UTI | Reprodução
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Análise epidemiológica da pandemia realizada pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVIS) apresentou uma queda no número de mortes de idosos nas faixas etárias de 70 a mais de 90 anos e um crescimento nas mortes de adultos das idades de 40 a 60 anos.

Segundo o estudo, as mortes na população de 40 a 64 anos representavam, no mês de março, um total de 33% dos casos, agora em abril os números subiram para 44%. “Essa faixa etária ainda não foi contemplada com a vacina e também é aquela, junto com os jovens, que menos se preocupam com a doença e que se expõe mais ao vírus, seja para trabalhar ou para se divertir e a consequência é o aumento da mortalidade desse grupo”, explica a coordenadora do CIEVS, Amélia Costa.

Cresce número de mortes entre adultos no Piauí (Foto: Divulgação/CCOM)

Já com relação à população acima de 80 a 90 anos e mais, que foi contemplada com a vacinação, os números apresentaram um decréscimo. No grupo de 90 anos ou mais a queda foi de 7%, passando de 10% dos casos para 3%. Com relação aos idosos de 80 a 89 anos, que eram responsáveis por 12% dos casos de morte por Covid-19, agora passaram a representar 9% desses óbitos.

“Quando olhamos para a redução das mortes dessa idade, podemos constatar que a grande responsável pela queda foi a vacinação, uma vez que eles foram contemplados com a vacina nas primeiras remessas e já estão com mais de um mês, em sua maioria, com o ciclo de imunização completo. Por isso enfatizamos a importância da vacina para que esses números possam reduzir ainda mais”, destaca a coordenadora.

Em relação ao grupo de 65 a 79 anos o estudo não conseguiu constatar uma queda constante, pois essa população ainda não finalizou o processo de imunização. “Por isso queremos lembrar, não só a essa faixa etária, mas todas que ainda não têm vacina disponível, que se faz necessária manter as medidas de proteção e de distanciamento para evitar a propagação da doença e consequentemente de novas variantes”, lembra Amélia Costa.

O secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, faz um apelo à população para que os números possam apresentar uma queda ainda mais significante. “Ficamos muitos felizes com essa diminuição do número de óbitos nos grupos contemplados pela vacina, porém estamos em alerta para esse crescimento das mortes nos adultos e jovens. Com isso queremos pedir à população que continue cumprindo as medidas impostas nos decretos e seguindo as condutas higiênico-sanitárias, que ajudam na não disseminação do vírus, como o uso de máscara, álcool gel e principalmente o distanciamento social”, ressalta o gestor. 

Letalidade 

Outro dado apresentado pela análise epidemiológica da pandemia é o da queda na taxa de letalidade, que passou de 3.3, na semana epidemiológica número 15, para 2.3, na semana dezesseis. Porém a pesquisadora alerta que ainda estamos com números de mortes e infecção muito altos.

“Devido às medidas restritivas, impostas pelos decretos do Governo do Estado, conseguimos sentir uma queda na taxa de letalidade, mas ainda estamos com uma média semanal acima de 20 óbitos e um número de casos muito elevados, chegando a 5 mil por semana. Devido a isso, mesmo com a queda, ainda precisamos ficar em alerta, uma vez que esses números de casos, ainda altos, podem ajudar na disseminação e formação de novas variantes do vírus”, pontua Amélia Costa.

Segundo a pesquisa a diminuição da fila de espera por leitos, que caiu mais de 87,39% de março para abril, também foi um dos fatores que ajudaram na redução da taxa de letalidade. “Com as pessoas recebendo uma maior assistência, quando estão infectadas, a consequência é que os casos de óbitos também tenham uma queda, e essa redução na fila foi constatada no decorrer desse mês”, lembra a coordenadora do CIEVS. 

Transmissibilidade 

No estudo também foram apresentados os números em relação ao índice de transmissibilidade do coronavírus, que vem apresentando oscilações, nas últimas semanas, variando de 0.93 a 1.02.  

“Com a taxa de contágio em 0.93 significa que cada 100 pessoas com o vírus no estado infectam outras 93. Quando ela é superior a 1, cada infectado transmite o coronavírus para mais de uma pessoa e a doença avança. Por isso temos que manter as medidas para a redução desses casos”, explica a epidemiologista.

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