Pode ou não pode? Álcool antes e depois da vacina divide especialistas

Mesmo com a vacina avançando no Brasil, ainda existem mitos e teorias cercando o processo de imunização

Vacina | Divulgação
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Mesmo com a vacinação contra a covid-19 chegando próxima dos 50% entre os imunizados com a primeira dose e dos 15% entre imunizados com segunda (ou dose única), no Brasil, ainda existem mitos e teorias cercando o processo de imunização.

Um deles você certamente já ouviu: é estritamente desaconselhável ingerir bebida alcoólica antes e depois de receber uma dose da vacina.

Não existem estudos que indiquem, com exatidão, uma relação negativa entre o consumo de álcool e a ineficácia de uma das vacinas em distribuição no Brasil. 

As farmacêuticas responsáveis pela produção dos imunizantes não apresentam contraindicações em relação ao uso de bebidas e, durante o período de estudos clínicos do desenvolvimento das vacinas, os voluntários sequer são orientados a não consumirem álcool antes dos testes.

A Fiocruz, responsável pela vacina AstraZeneca/Oxford no País, emitiu nota há poucos dias afirmando que “não há evidência de que o consumo de álcool interfira na eficácia das vacinas covid-19”. 

Fiocruz

Um dos rostos mais conhecidos entre especialistas neste período de pandemia, Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz, afirma que não existem fatos biológicos que sustentem a tese de que beber com moderação antes ou depois da vacina cause efeito adverso, ou limite o alcance do imunizante.

“É uma questão de bom senso apenas. Tem nada de biológico nisso. Tomar uma cerveja, ou um copo de vinho, não vai fazer a vacina perder seu efeito, é apenas uma questão de, se você vai receber uma coisa que é completamente nova, o ideal é que você observasse se você tem qualquer efeito adverso e que isso não estivesse mascarado pelo fato de você ter bebido”, disse Margareth em um vídeo da Fiocruz.

A Anvisa não apresenta qualquer orientação contra o uso do álcool antes da vacinação e diz, inclusive, que a bula dos imunizantes não faz menção à substância. 

Algumas secretarias de saúde, como a de Belém e de Fortaleza, estão recomendando que as pessoas evitem o consumo no intervalo de 24 a 48 horas para evitar possíveis efeitos colaterais, mas essa não é uma norma emitida pelo Ministério da Saúde.

Então, o bom senso deve reger a relação: se você vai receber alguma dose da vacina e pretende tomar uma cerveja, ou uma taça de vinho, não precisa ter medo, mas evite excessos.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES