Outra razão central pela qual os cientistas não recomendam o teste como forma de checar efeito da vacina é que eles só medem um componente da resposta do sistema imunológico.
"Há outros componentes da resposta imune que você não mede ao fazer teste sorológico. Ele mede simplesmente anticorpos", diz Fonseca.
Pasternak reforça que, mesmo para um corpo vacinado e preparado para reagir a uma infecção, o teste poderia dar negativo, já que ele mede só um componente da resposta imune.
"Esse teste não consegue dizer se você tem células de memória, se você tem resposta celular de linfócitos T… Ele só vai te dizer um tipo de anticorpo e só se a quantidade for detectável de acordo com a sensibilidade do teste. Isso não quer dizer que você não está protegido. Você pode estar cheio de células de memória, prontinhas para secretar um monte de anticorpos no seu sangue na hora que você tiver contato com o vírus", diz.
Dependendo do teste e da vacina tomada, ele pode nem mesmo estar buscando identificar o elemento correto.
"Os testes de farmácia geralmente procuram anticorpos contra a proteína N, do núcleo capsídeo, e não a proteína S, da espícula, que é justamente a proteína que está presente na maior parte das vacinas. Então, todas as vacinas que trabalham com subunidade ou as vacinas genéticas vão gerar anticorpos contra a proteína S e isso não vai aparecer no teste de farmácia porque ele procura anticorpos contra a proteína N", explica Pasternak.