Quem teve dengue pode desenvolver mais sintomas na Covid-19

As informações são do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo e foi publicado na revista Clinical Infectious Diseases

Dengue pode desenvolver mais sintomas na Covid-19 | João Paulo Burini Getty Images
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Segundo estudo, indivíduos que já tiveram dengue têm bem mais risco de desenvolver sintomas caso sejam infectados pelo coronavírus. Pelo menos, duas vezes mais de chance.

As informações são do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo e foi publicado na revista Clinical Infectious Diseases.

O estudo, segundo seus pesquisadores, trouxe a análise de amostras sanguíneas de  1.285 pessoas do município de Mâncio Lima, no Acre. Local onde desenvolvem pesquisas sobre malária e, agora, sobre Covid-19.

"Esses dados sugerem haver uma interação entre as epidemias de dengue e Covid-19, uma agravando a outra, algo que se convencionou chamar de sindemia. Ambas afetam os setores mais vulneráveis da população", afirma o coordenador da pesquisa, Marcelo Urbano Ferreira. 

Segundo o estudo, a idade é outro fator relevante importante, pois quanto mais velho, maior a chance de ter Covid-19 sintomática e maior a probabilidade de ter sido exposto à dengue.

 No entanto, em Mâncio Lima, a epidemia de dengue é mais recente (cerca de 7 anos), ou seja, indivíduos mais jovens têm as mesmas chances de terem contraído dengue em relação aos mais velhos. 

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Segundo a pesquisadora Vanessa Nicolete, autora principal do artigo, o primeiro passo foi verificar a presença de anticorpos contra os vírus da dengue em amostras de outubro de 2019 e da Covid-19 em novembro de 2020, através de testes de sorologia. Também foram selecionadas 105 amostras de 2019 de indivíduos que testaram positivo para Covid-19 no ano seguinte, para verificar se eles tinham anticorpos contra SARS-CoV-2 na época e descartar a possibilidade de uma reação cruzada.

Outra etapa importante do estudo foi a identificação da variante de SARS-CoV-2 que circulava em Mâncio Lima na primeira onda. 

Para isso, a equipe aplicou 50 testes rápidos de swab em moradores com a doença aguda. A pesquisadora Priscila Thihara Rodrigues foi responsável por realizar o sequenciamento genético dos vírus encontrados nessas amostras, em colaboração com o grupo da Profa. Ester C. Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da USP.

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